Friday, June 30, 2006

A arte contra as Drogas!

O grafiteiro ICE participou da semana
valorização a Vida,numa escola da perifeira
de Novo Hamburgo, levou sua mensagem atraves
dos ricos e rabisco.Confira materia no jornal NH.


Monday, June 19, 2006

MV BILL conclui novo CD

MV Bill conclui trilogia "Falcão" e mostra RPB em novo trabalho
Sim, é de protesto. Mas é mais do que isso. O novo CD do rapper MV Bill, "Falcão - O Bagulho É Doido" (Chapa Preta/Universal) fecha a trilogia iniciada com o documentário e o livro "Falcão - Meninos do Tráfico" --para o tema dedica duas faixas--, mas não se limita a afinar e afiar a rima. Se o chamariz é o discurso, o disco "pega" pela música (batidas, samplers, instrumentação e afins), que segue a corrente do "rap popular brasileiro" (RPB)."[O RPB] Não é um movimento, mas uma movimentação. O Brasil, a exemplo de outros países, precisava identificar a sua cultura ao rap que é feito aqui", explica MV Bill, que no novo trabalho traz Sandra de Sá ("Olhos Coloridos"), Caetano Veloso ("Qualquer Coisa") e Vanusa ("Cinema Mudo") em samplers, além do samba-rock "Minha Flecha na Sua Mira (Me Leva)". "A música brasileira não deve ser identificada somente através do samba. Esse é somente um dos vários caminhos que ela segue."

Disco de MV Bill traz "rap popular brasileiro"
No disco anterior, "Declaração de Guerra" (2002), uma fórmula parecida já trazia samplers de Hyldon e Djavan e o samba-rock "Marginal Menestrel". No mesmo sentido de continuidade, se o rapper abusou do funk/soul retrô em "A Noite" ("Traficando informação", de 1999), agora traz "Junto e Misturado" (com participação da irmã Kmila) e "Enquanto Eu Posso" (com Hannah Lima) para as pistas."Quanto mais discos e pesquisas feitos, mais autenticidade o rap brasileiro vai ter. O que fizemos no disco passado e nesse são só contribuições", diz ele, que prefere não citar nomes de outros rappers que seguem o caminho do RPB. "É complicado dizer nomes. Tem muita gente desconhecida. No Ceará estão procurando colocar som de lá na música deles, em Pernambuco também. O disco da Nega Gizza [irmã do rapper] também vai trazer isso. E outros já fizeram no passado."Além da "brasilidade", o trabalho de Bill se destaca de boa parte das produções do rap nacional por conta da introdução de elementos orgânicos --algo visto há anos no exterior, mas que ainda soa novo por aqui. Sem se limitar ao sampler, o rapper aposta na fusão de instrumentos, que chegam a dominar as faixas "Minha Flecha" e o rap-rock-reggae "Não Acredito"."Iniciamos isso [o uso de instrumentos] em 1999, em meio à crítica de parte do hip hop que prefere manter a raiz com DJ e MC --que é um formato legal também, usamos nas nossas apresentações. Mas confesso que me sinto mais seduzido quando o rap, que nasceu de uma mistura, se mistura a outras coisas."Os shows desse novo trabalho começam no Rio, no final de julho. A agenda ainda não está fechada, mas naturalmente São Paulo, berço do hip hop nacional, está no roteiro."Falcão"A faixa-título do disco traz as frases que, vindas de um adolescente, chocaram muitos espectadores do "Fantástico" ("Se eu morrer vem outro, ou melhor, ou pior. [...] Nessa vida não dá pra sonhar, não. [...] É muito esculacho nessa vida"). Rap de batida profunda, "O Bagulho É Doido" traz a rima seca que serve à crítica: "Seu vício é que me mata/ Seu vício me sustenta/ Antes de abrir a boca pra falar demais/ Não se esqueça: Meu mundo você é quem faz".O primeiro clipe do disco é justamente dessa faixa. Foi gravado na Cufa (Central Única das Favelas) do Ceará por jovens de duas comunidades, Quadra e Lagamar, que participaram de um curso de audiovisual promovido pela entidade. As imagens estão em edição na Cufa do Rio de Janeiro. O segundo clipe, "O Preto em Movimento" (que traz o sampler de "Olhos Coloridos), será produzido pela gravadora.Formado o tripé, porém, o rapper diz que o projeto "Falcão" ainda não resultou em benefícios para as comunidades carentes e para as ações da Cufa. "Por enquanto, [não há] nada além do que a gente já faz, é só a nossa batalha mesmo", diz ele. Então, MV Bill tem esperança de quê? "A esperança que eu tenho é de que isso seja discutido e resolvido. Ao menos, que haja mobilização das pessoas sobre esse assunto. Se tenho você me entrevistando e fazendo essa pergunta, já é alguma coisa que está acontecendo." Como dizem: o barato é louco e o processo é lento.

Friday, June 16, 2006

Graffitti!


Ice graffiteiro a 11 anos na estrada
Nossa dona dos Ventos Mãe Iansã

Agenda de Shows do P.Zero


Data de alguns shows dos negros da STO/NH
Preconceito Zero
Dia:17 de junho,apartir das:23:00hs show em Esteio na quadra da escola de samba Salgueiro

Dia:24 de junho,apartir das:23:00hs show em Taquara/show com Preconceito Zero,Consultoria,Remanescentes...

Dia:01 de julho,apartir das:14:00hs show em Sapiranga/sindicato dos Sapateiros

Dia:02 de julho,apartir das:17:00 hs, Em São Leopoldo,(Bairro:Rio Branco) no Bataclã show com K.dão Criminosa Trindade,Voz do Brasil e Preconceito Zero e muita black Music...

A Classe Média

De volta, com muita seriedade
Fiquei em "off" durante dois meses, em função de estar com o tempo totalmente tomado por causa da crise na Unimep (ameaça de demissão, atraso nos salários, redução dos salários e outras coisas não muito agradáveis). Mas passado o turbilhão e entre mortos e feridos, estou de volta.
Tenho discutido muito nas aulas que ministro no Programa de Pós Graduação da ECA/USP os problemas da globalização, da midiatização da sociedade, do impacto das novas tecnologias, etc. As discussões sempre caminham para um viés um tanto niilista e noto, em alguns textos, uma certa frustração pela incapacidade de um pretenso projeto civilizatório iluminista continuar tendo repercussão na maioria da sociedade. Lendo alguns comentários de jornalistas que não conseguem entender como que o atual presidente Lula continua subindo nas pesquisas apesar da artilharia pesada que sofre da mídia a mesma indagação. Lúcia Hipólito, comentarista da CBN e colaboradora de vários órgãos, se desesperou em uma coluna: "mas será que a população não está entendendo o que estamos dizendo?". E o Clóvis Rossi, coitado, mergulhou de vez no bordão eurocêntrico e burguês de que este país não é sério, se fosse em outro país, a coisa seria diferente... Entre tantas bobagens que Caetano Veloso fala, lembro de uma coisa genial que ele disse em entrevista na revista Veja: "Os que falam mal do Brasil são justamente aqueles que fazem mal ao Brasil - é o cara que não respeita regras de trânsito, que joga lixo na rua, que leva o cachorro para passear e defecar nas vias públicas, etc."
Bem, quem são estas pessoas céticas, descontentes com o Brasil e que não conseguem entender o povo? Quem são estes que ficam doidos com o fato do país parar por causa da Copa do Mundo, que acha que o povo é ignorante, que este país não é sério e que considera que uma pergunta do presidente Lula se o atacante Ronaldo está gordo ou não gerou a "maior crise da história na relação entre presidente e Seleção Brasileira"?
É uma classe média que perdeu o rumo, que descobriu que não forma opinião coisa nenhuma (nada mais irrita estas pessoas que segmentos populares tenham autonomia de pensamento, imagina só como pode "a minha empregada pensar do jeito que ela quer e não levar em consideração o que eu acho?") e também, como Regina Duarte, está com medo de ter que reduzir sua "cidadania comprada" - os planos de saúde, as escolas particulares, o carro último tipo, o clube legal que garantem direitos fundamentais de qualquer cidadão (educação, saúde, transporte, lazer) como privilégios seus. São estes mesmos que, com vergonha de dizer que eram contra os CEUs da Marta para não ficar com pecha de elitistas, partiram para uma discussão "academicista", "teórica" para questionar a "eficácia pedagógica" do projeto da ex-prefeita. Ninguém falou do fato de que tal projeto proporcionou às mães da periferia uma certa tranquilidade ao saber que seus filhos não estavam na rua enquanto elas tinham que trabalhar. E que os dados mostraram que houve uma redução significativa da violência nos bairros em que os CEUs foram instalados. Mas isto é besteira, é rebaixar a discussão.
O filósofo Michel Serres disse em uma entrevista em 2000 que a pior coisa para o ser humano é pertencer a poucos grupos, poucos círculos de relação - sua identidade empobrece. É isto que acontece nestas corporações fechadas. As pessoas olham o mundo a partir do seu estreito círculo. São incapazes sequer de dialogar com o diferente. Criticam a violência mas o comportamento deles é tão intolerante quanto. O mais grave de tudo isto é que são lideranças, pessoas que tem o privilégio de repercutir idéias na sociedade - jornalistas, comentaristas, etc. Enquanto isto aquela mãe que mora em São Mateus e estava aliviada porque poderia trabalhar e seu filho frequentar a piscina do CEU tem que engolir "pedagogos" dizendo que não há um projeto pedagógico no CEU. Ou o sertanejo no Nordeste que recebe o Bolsa Família e pode, finalmente, comprar o que quer na venda da esquina, ouvir "comentaristas" dizendo que este país não é sério.
Sinceramente, quem não é séria é a nossa classe média.
Escrito por: Dennis