É NESSA HORA QUE O SISTEMA TREME
TAMBORERO, KL JAY RACIONAIS E MANO CASCATA
MOOS DEEF
FACÇÃO CENTRAL E PRECONCEITO ZERO
SAGAZ, VERA VERONICA E TAMBORERO E CASCATA
Grupo de Rap formado em 1996, na cidade de Novo Hamburgo,Rio Grande do Sul,os integrantes são DN JAY, MANO CASCATA, TAMBORERO,tambem fez parte do grupo o Rapper Will. Nossa principal contribuição no Hip Hop, foi poder levar para varios cantos do Brasil o Hip Hop atraves de show, debates, ações sociais... Somos um grupo de periferia com um olhar no protagonismo periferico e na comunidade negra. Estes somos nos Preconceito Zero,liberdade e igualdade é o que eu espero...
Friday, December 22, 2006
Hutuz show Preconceito Zero
Hutuz que no mês de novembro fez com que o hip hop latino voltasse os olhos para cidade "maravilhosa" Rio de Janeiro, com intenços debates e muitos shows, proporcionou para o publico o melhor do hip hop, que fez que a sociedade conhecesse e reconhece-se á verdadeira cultura hip hop que vem enpenhando-se por melhores condições de vida para povo da periferia.(acompanhe nas fotos)
Tuesday, December 12, 2006
Tuesday, December 05, 2006
HUTUZ
Logo,logo noticias do hutuz, mais por enquanto fiquem ligados, no domingo dia: 10 de dezembro no ginasio dos comerciarios de Novo Hamburgo/RS. Festival NH é o Alvo o maior festival de hip hop do estado.
Friday, November 17, 2006
20 de Novembro!
Pandora: A rebelião de 20 de novembro
por Especial Hip-Hop*
Vinte de novembro, dia nacional da Consciência Negra, há 311 anos Zumbi foi assassinado e decapitado como exemplo. O que temos para comemorar?
Pandora - ES Neste período do ano entidades do movimento negro se desdobra em esforços promovendo diversas atividades. Então ao longo dos anos o dia passou a semana e a semana passou a mês. Em vários lugares do Brasil os hip-hoper’s sempre se colocaram a disposição da construção desses eventos. Mas de que maneira nos do hip-hop temos acompanhado essa discussão fora desse período?
Basta para nós apenas dançar, graffitar, cantar, discotecar nesses eventos? Tenho pra mim que não. Ao contrário do que pregam alguns, o hip-hop tem cor. Pois sua esmagadora maioria é negra ou afro-descendente portanto todas as reivindicações, em especial as ações afirmativas que estão na ordem do dia devem ser acompanhadas por todo o conjunto do hip-hop incluindo os não negros porque em se tratando da luta por uma sociedade justa e igualitária em oportunidades de direitos não podemos conviver com dados do tipo:
Taxa de analfabetismo: Brancos 21,7%, Pardos 31,1%, Negros 40,9%.
Empregadas Domésticas: Brancos 6,1%, Negros 14,6%, Pardos 8,4%.
Empregadores: Brancos: 5,7%, Negro 1,1%, Pardos 2,1%
Fonte: PNAD 1999
Quando conseguimos terminar o ensino médio pouquíssimos de nós tem sequer coragem de tentar uma universidade pública, (gratuita fica por conta só do nome).
O que resta para nós, a não ser nos colocarmos a disposição do que for? (entenda como quiser) em fim em muitos casos vitima da violência seja na frente ou atrás do “berro”.
Na idade em que mais se mata ou morre, entre 14 e 20 anos, é de carne negra que falamos. Nós também somos alvos da truculência policial nas revistas e batidas a qualquer hora.
Só pra fazer um breve relato da condição do negro no Brasil em 28 de novembro de 1871 foi aprovada a lei do ventre livre que libertava todos os nascidos a partir dessa data. Quando o escravocrata manteria junto mãe escravisada e filho “livre” até que ele tivesse idade para trabalhar assim dando retorno financeiro de seus gastos com dormida e comida? Entendesse então que essas crianças eram abandonas a própria sorte refletido no que hoje chamamos de “menor abandonado” ou “morador de rua”.
Em 1885 a lei do sexagenário previa a libertação de negros a partir dos 60 anos tendo ele que trabalhar por mais 3 a 5 anos para pagar tudo o que seu “bem feitor” havia feito por ele ao longo de sua vida. Quantos negros sobreviviam ao trabalho de 16 a 18 horas diárias e ração minguada? Sendo que ele começava a trabalhar na lavoura com cerca de 10 anos e sua expectativa de vida era de aproximadamente 15 anos assim quem seria beneficiado com essa lei já estando morto?
Agora em 1988, no dia 13 de maio a situação era de apenas 20% do negros escravizados e a maioria os outros 80% se dividiam entre os alforriado e aquilombados. Todos a suas próprias custas. E não houveram políticas para resguardar estes, a partir de então, “cidadãos” que se encontravam sem carteira assinada, sem trabalho, sem escola e sem terra.
Ações afirmativas
Os primeiros imigrantes a chegarem aqui após os portugueses escravocratas foram italiano e alemães entre outros. Eu penso que esses imigrantes foram alvos das primeiras ações afirmativas do Brasil: receberam terras e insumos para que pudessem produzir, política acertada da época, mas para o negro nada!
Já no século 20 começaram a ser feitas leis para impedir o acesso do negro a várias políticas públicas como por exemplo, impedir que os negros pudessem votar, assim como as mulheres, juntando-se ao racimos o machismo.
Depois veio a lei que impedia o negro de estudar juntamente com portadores de necessidade especiais, rancenianos e outras doenças infecto contagiosas. Em seguida a lei de restrição ao voto do analfabeto, ora se não podemos estudar então éramos também nós que não podíamos votar. Ainda temos a lei da vadiagem que abarcou os praticantes de capoeira, os boêmios, muitas vezes os praticantes de religião de matrizes africanas e os sub-empregados.
Durante a Ditadura Militar novamente fomos perseguidos em função de buscarmos identidade e alto estima negra espelhados nos movimentos Black Power e Black Panter’s.
O que nós do hip-hop temos ver com essa história?
Somos filhos e herdeiros desse povo que lutou contra a opressão e seqüestrado de várias nações africanas. Agora cabe a nós fazermos de nossa caneta nossa espada, de nossa dança nossa luta marcial, de nossos desenhos nossas denúncias e da discotecagem nosso grito! O hip-hop deve se tornar cada vez mais instrumento revolucionário na periferia, elemento de transformação feito por nós para nós.
Que a nossa consciência negra não seja motivo de comemoração no 20 de novembro, mas seja motivo de união e rebelião o ano inteiro.
Pandora da Luz - Presidente da Nação Hip-Hop Brasil do Espírito Santo. Militante do Movimento Negro e Produtora cultural.
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*Especial Hip-Hop, Espaço para convidados especiais do Hip-Hop a lápis.
por Especial Hip-Hop*
Vinte de novembro, dia nacional da Consciência Negra, há 311 anos Zumbi foi assassinado e decapitado como exemplo. O que temos para comemorar?
Pandora - ES Neste período do ano entidades do movimento negro se desdobra em esforços promovendo diversas atividades. Então ao longo dos anos o dia passou a semana e a semana passou a mês. Em vários lugares do Brasil os hip-hoper’s sempre se colocaram a disposição da construção desses eventos. Mas de que maneira nos do hip-hop temos acompanhado essa discussão fora desse período?
Basta para nós apenas dançar, graffitar, cantar, discotecar nesses eventos? Tenho pra mim que não. Ao contrário do que pregam alguns, o hip-hop tem cor. Pois sua esmagadora maioria é negra ou afro-descendente portanto todas as reivindicações, em especial as ações afirmativas que estão na ordem do dia devem ser acompanhadas por todo o conjunto do hip-hop incluindo os não negros porque em se tratando da luta por uma sociedade justa e igualitária em oportunidades de direitos não podemos conviver com dados do tipo:
Taxa de analfabetismo: Brancos 21,7%, Pardos 31,1%, Negros 40,9%.
Empregadas Domésticas: Brancos 6,1%, Negros 14,6%, Pardos 8,4%.
Empregadores: Brancos: 5,7%, Negro 1,1%, Pardos 2,1%
Fonte: PNAD 1999
Quando conseguimos terminar o ensino médio pouquíssimos de nós tem sequer coragem de tentar uma universidade pública, (gratuita fica por conta só do nome).
O que resta para nós, a não ser nos colocarmos a disposição do que for? (entenda como quiser) em fim em muitos casos vitima da violência seja na frente ou atrás do “berro”.
Na idade em que mais se mata ou morre, entre 14 e 20 anos, é de carne negra que falamos. Nós também somos alvos da truculência policial nas revistas e batidas a qualquer hora.
Só pra fazer um breve relato da condição do negro no Brasil em 28 de novembro de 1871 foi aprovada a lei do ventre livre que libertava todos os nascidos a partir dessa data. Quando o escravocrata manteria junto mãe escravisada e filho “livre” até que ele tivesse idade para trabalhar assim dando retorno financeiro de seus gastos com dormida e comida? Entendesse então que essas crianças eram abandonas a própria sorte refletido no que hoje chamamos de “menor abandonado” ou “morador de rua”.
Em 1885 a lei do sexagenário previa a libertação de negros a partir dos 60 anos tendo ele que trabalhar por mais 3 a 5 anos para pagar tudo o que seu “bem feitor” havia feito por ele ao longo de sua vida. Quantos negros sobreviviam ao trabalho de 16 a 18 horas diárias e ração minguada? Sendo que ele começava a trabalhar na lavoura com cerca de 10 anos e sua expectativa de vida era de aproximadamente 15 anos assim quem seria beneficiado com essa lei já estando morto?
Agora em 1988, no dia 13 de maio a situação era de apenas 20% do negros escravizados e a maioria os outros 80% se dividiam entre os alforriado e aquilombados. Todos a suas próprias custas. E não houveram políticas para resguardar estes, a partir de então, “cidadãos” que se encontravam sem carteira assinada, sem trabalho, sem escola e sem terra.
Ações afirmativas
Os primeiros imigrantes a chegarem aqui após os portugueses escravocratas foram italiano e alemães entre outros. Eu penso que esses imigrantes foram alvos das primeiras ações afirmativas do Brasil: receberam terras e insumos para que pudessem produzir, política acertada da época, mas para o negro nada!
Já no século 20 começaram a ser feitas leis para impedir o acesso do negro a várias políticas públicas como por exemplo, impedir que os negros pudessem votar, assim como as mulheres, juntando-se ao racimos o machismo.
Depois veio a lei que impedia o negro de estudar juntamente com portadores de necessidade especiais, rancenianos e outras doenças infecto contagiosas. Em seguida a lei de restrição ao voto do analfabeto, ora se não podemos estudar então éramos também nós que não podíamos votar. Ainda temos a lei da vadiagem que abarcou os praticantes de capoeira, os boêmios, muitas vezes os praticantes de religião de matrizes africanas e os sub-empregados.
Durante a Ditadura Militar novamente fomos perseguidos em função de buscarmos identidade e alto estima negra espelhados nos movimentos Black Power e Black Panter’s.
O que nós do hip-hop temos ver com essa história?
Somos filhos e herdeiros desse povo que lutou contra a opressão e seqüestrado de várias nações africanas. Agora cabe a nós fazermos de nossa caneta nossa espada, de nossa dança nossa luta marcial, de nossos desenhos nossas denúncias e da discotecagem nosso grito! O hip-hop deve se tornar cada vez mais instrumento revolucionário na periferia, elemento de transformação feito por nós para nós.
Que a nossa consciência negra não seja motivo de comemoração no 20 de novembro, mas seja motivo de união e rebelião o ano inteiro.
Pandora da Luz - Presidente da Nação Hip-Hop Brasil do Espírito Santo. Militante do Movimento Negro e Produtora cultural.
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*Especial Hip-Hop, Espaço para convidados especiais do Hip-Hop a lápis.
Monday, October 30, 2006
Preconceito Zero no Hutuz no Rio de Janeiro 2006
Hutúz Palco Alternativo
Acontecerá nos dias 24, 25 E 26 DE NOVEMBRO
"Enquanto uns correm na pista...outros correm no barro...Alguns chegam de busão e outros chegam de carro..."
Enquanto isso em algumas regiões brasileiras... muitos e muitos grupos correm pelo rap, por suas idéias, seus protestos..
Seja qual for o motivo particular ou ideologico todos estão na correria...
E aqui no hutúz não vai ser diferente !
O palco alternativo do Hutúz Rap Festival é um espaço dedicado aos novos talentos do rap nacional,
é também onde os produtores e público antenados ao que está surgindo de bom no cenário rap se conectam com o que está rolando de novo.
Desde de 2000 esse palco tem sido incentivo de muitos grupos que trazem suas experiencias para um grande encontro de trocas, aproveite a chance e se reúna a nova cena do rap nacional !!!
Wednesday, July 26, 2006
Ninguem vai tomar uma atitude?
Fausto Wolff - JB - 25/07/2006
De 1933 a 1945, o mundo desconhecia o terror nazista nos campos de concentração. A Europa levou algum tempo para reagir. Chamberlain e Daladier achavam que Hitler cumpriria sua palavra e se satisfaria com a Áustria. Foi preciso que Churchill, para defender seu quintal, fosse à luta. Enquanto isso, Hitler invadia país a país, Oriente e Ocidente. Três anos depois os americanos se decidiram atravessar o Atlântico.
Quem certamente não saberia que pagaria pelos crimes nazistas eram os palestinos, os iraquianos, os libaneses, os afegãos e os iranianos, que, para nós, meninos brasileiros, eram apenas heróis e vilões dos filmes de Hollywood com Jon Hall e Maria Montez.
A Copa serviu de biombo para esconder a invasão na Faixa de Gaza e a sua transformação em campo de concentração sem luz e sem água. O massacre no Líbano também deve estar servindo de biombo para tenebrosas transações - a eleição e vitória da fraude no México, a invasão do Timor Leste pela Austrália e outras coisitas mais.
Hoje se sabe que a tomada da Faixa de Gaza havia sido planejada há meses. Bem antes do jovem cabo Gilad Shalit ter sido seqüestrado. Pergunto-me em que condições psicológicas viverá este garoto, sabendo que foi usado para tanto terror, destruição e derramamento de sangue.
Antes disso uma divisão israelense já fora treinada para responder como respondeu aos ataques do Hezbollah. Sabe-se também que o seqüestro de dezenas de líderes do partido palestino Hamas estava há meses na agenda israelense. Os primeiros passos, portanto, foram aprisionar a Faixa de Gaza e neutralizar o Hezbollah com a invasão do Líbano.
Ao contrário do que escreveu um líder sionista carioca em resposta a um artigo de minha autoria - o primeiro na imprensa brasileira - sobre a covarde agressão a Gaza, Israel não é uma pequena nação acuada. Dá-se ao luxo de usar explosivos tóxicos e radioativos que queimam o interior do corpo da vítima e deixam deformações permanentes, mas este é apenas um detalhe para a construção da Grande Israel com o patrocínio dos Estados Unidos (aliás, eu gostaria de saber quantos turistas americanos já morreram no Líbano), que abrange o que sobrar da Palestina, Líbano, Síria, Irã, Iraque e Afeganistão.
No momento em que escrevo, sobe a mil o número de civis mortos no Líbano e ainda não foi preso um terrorista.Ao contrário, há menos de duas semanas eles atingiram um navio de guerra de Israel com dois mísseis iranianos, o que servirá de pretexto para atacar futuramente o Irã, como se as armas israelenses não fossem fabricadas em Seattle e Miami. Os mísseis sobre Miron e Haifa demonstram que a guerra não será tão rápida como se pensava.
Se a guerra é contra terroristas, não bastam os nove mil terroristas (homens, mulheres e crianças) presos em Graib e Guatánamo? É trágico e irônico, pois o velho Deus comum a judeus, árabes e cristãos dizia a seus filhos que, para serem livres, deviam despojar-se de suas posses e colher apenas o necessário para cada dia (Êxodo, 16; 17-18); o que Marx viria a reutilizar.
Não acredito que Israel queira acabar com os terroristas, pois só faz aumentá-los. Um homem que vai para o trabalho e ao voltar para casa a encontra destruída e, sob os escombros, sua mulher e seus filhos mortos, leva quanto tempo para virar terrorista? Logo saberemos.
Em vez de ouvir a voz de Deus e do imenso número de judeus que não concorda com sua política, o primeiro-ministro israelense preferiu ouvir a voz do dr. Strangelove, também conhecido por Henry Kissinger: "Quem dominar os suprimentos de alimentos dominará o povo, quem dominar a energia dominará continentes e quem dominar o dinheiro dominará o mundo". P.S.: Os sionistas brasileiros que escreveram dezenas de cartas odiosas e vulgares para mim já têm gente melhor para dirigir sua raiva: John Berger, Harold Pinter e Noam Chomsky escreveram um manifesto acusando Israel de querer acabar com a nação palestina.
De 1933 a 1945, o mundo desconhecia o terror nazista nos campos de concentração. A Europa levou algum tempo para reagir. Chamberlain e Daladier achavam que Hitler cumpriria sua palavra e se satisfaria com a Áustria. Foi preciso que Churchill, para defender seu quintal, fosse à luta. Enquanto isso, Hitler invadia país a país, Oriente e Ocidente. Três anos depois os americanos se decidiram atravessar o Atlântico.
Quem certamente não saberia que pagaria pelos crimes nazistas eram os palestinos, os iraquianos, os libaneses, os afegãos e os iranianos, que, para nós, meninos brasileiros, eram apenas heróis e vilões dos filmes de Hollywood com Jon Hall e Maria Montez.
A Copa serviu de biombo para esconder a invasão na Faixa de Gaza e a sua transformação em campo de concentração sem luz e sem água. O massacre no Líbano também deve estar servindo de biombo para tenebrosas transações - a eleição e vitória da fraude no México, a invasão do Timor Leste pela Austrália e outras coisitas mais.
Hoje se sabe que a tomada da Faixa de Gaza havia sido planejada há meses. Bem antes do jovem cabo Gilad Shalit ter sido seqüestrado. Pergunto-me em que condições psicológicas viverá este garoto, sabendo que foi usado para tanto terror, destruição e derramamento de sangue.
Antes disso uma divisão israelense já fora treinada para responder como respondeu aos ataques do Hezbollah. Sabe-se também que o seqüestro de dezenas de líderes do partido palestino Hamas estava há meses na agenda israelense. Os primeiros passos, portanto, foram aprisionar a Faixa de Gaza e neutralizar o Hezbollah com a invasão do Líbano.
Ao contrário do que escreveu um líder sionista carioca em resposta a um artigo de minha autoria - o primeiro na imprensa brasileira - sobre a covarde agressão a Gaza, Israel não é uma pequena nação acuada. Dá-se ao luxo de usar explosivos tóxicos e radioativos que queimam o interior do corpo da vítima e deixam deformações permanentes, mas este é apenas um detalhe para a construção da Grande Israel com o patrocínio dos Estados Unidos (aliás, eu gostaria de saber quantos turistas americanos já morreram no Líbano), que abrange o que sobrar da Palestina, Líbano, Síria, Irã, Iraque e Afeganistão.
No momento em que escrevo, sobe a mil o número de civis mortos no Líbano e ainda não foi preso um terrorista.Ao contrário, há menos de duas semanas eles atingiram um navio de guerra de Israel com dois mísseis iranianos, o que servirá de pretexto para atacar futuramente o Irã, como se as armas israelenses não fossem fabricadas em Seattle e Miami. Os mísseis sobre Miron e Haifa demonstram que a guerra não será tão rápida como se pensava.
Se a guerra é contra terroristas, não bastam os nove mil terroristas (homens, mulheres e crianças) presos em Graib e Guatánamo? É trágico e irônico, pois o velho Deus comum a judeus, árabes e cristãos dizia a seus filhos que, para serem livres, deviam despojar-se de suas posses e colher apenas o necessário para cada dia (Êxodo, 16; 17-18); o que Marx viria a reutilizar.
Não acredito que Israel queira acabar com os terroristas, pois só faz aumentá-los. Um homem que vai para o trabalho e ao voltar para casa a encontra destruída e, sob os escombros, sua mulher e seus filhos mortos, leva quanto tempo para virar terrorista? Logo saberemos.
Em vez de ouvir a voz de Deus e do imenso número de judeus que não concorda com sua política, o primeiro-ministro israelense preferiu ouvir a voz do dr. Strangelove, também conhecido por Henry Kissinger: "Quem dominar os suprimentos de alimentos dominará o povo, quem dominar a energia dominará continentes e quem dominar o dinheiro dominará o mundo". P.S.: Os sionistas brasileiros que escreveram dezenas de cartas odiosas e vulgares para mim já têm gente melhor para dirigir sua raiva: John Berger, Harold Pinter e Noam Chomsky escreveram um manifesto acusando Israel de querer acabar com a nação palestina.
Wednesday, July 05, 2006
PRECONCEITO ZERO
VIAGEM NO TEMPO ATRAVES DO RELEASE DO PRECONCEITO ZERO
O GRUPO PRECONCEITO ZERO
Em Novo Hamburgo o Movimento Hip Hop já tem sua cara: apareceu definitivamente com o popular Break ou melhor o B.Boy no início da década de 90, com as posses: Kings da zona sul e Black Boys ambos do Bairro Santo Afonso perifeira de Novo Hamburgo. Estimulados pelo movimento já existente em outros lugares do Brasil, encontravam-se em rachas pela cidade, o mais importante acontecia na Boate Lebarom na Sociedade Farroupilha, do Bairro Rondônia.
Os dois grupos hoje extintos deixaram a sua contribuição, dessas duas posses, hoje ainda na ativa estão: o ex-B.Boy Rudi atualmente DJ; da posse Black Boys que dos seus ensaios originou-se o grupo Magyc Mc´s (atualmente Preconceito Zero) dos rappers Tamborero(26 anos), Mano Cascata (27 anos) e Dn Jay (27 anos). Atualmente o Preconceito Zero é responsável pela evolução do Hip Hop na Região, através do Rap (ritmo e poesia).
Hoje, com mais adeptos o Hip Hop do RS vem contribuindo para uma sociedade mais justa com eventos enfocando temas como, igualdade social, racial, cultural e humana.
O Grupo Preconceito Zero realiza desde 1999 o Festival "Novo Hamburgo é o Alvo". Em 2004, ocorrerá a sua sexta edição. Já é considerado o principal festival da Região e um dos melhores do RS.
A principal característica do grupo são os trabalhos sociais, principalmente em atividades realizadas no Bairro Santo Afonso e vila Bráz com a Juventude. Em 2003 receberam o Prêmio Direitos Humanos no Rio Grande do Sul na categoria PROTAGONISMO JUVENIL NA PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO RS, concedido pela UNESCO, Assembléia Legislativa e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.
Fundadores da Associação de Hip Hop do Vale do Sinos (AHVS), para que possamos criar um dialogo mais permanente com os outros segmentos de juventude e poder fomentar o protagonismo juvenil.
Alguns shows realizados pelo grupo:
# 1995 - Sociedade Cruzeiro do Sul, em Novo Hamburgo na festa Black Music,com a equipe Jara Music Som
# 1995 – Sociedade Marechal Candido Rondon, em Esteio(Festival Hip Hop)
# 1996- Sociedade Bataclã, em São Leopoldo
# 1997- Esteio Praça Coração de Maria,em Esteio(festival Hip Hop)
# 1998- Lançamento da Demo,(Aqui na Sul) um CD com 04 quatro musicas independente.
# 1999- 1° Novo Hamburgo é o Alvo no centro de cultura de NH,o maior festival de HIP HOP na atualidade,que trouxe para o publico uma idéia inovadora,no dia do evento não era comercializado bebidas alcoólicas.
#2000- Preconceito Zero Ao Vivo na TVE-RS, no programa HIP HOP SUL,cantando a musica “Vivendo a lei do Mal.”
#2000- 2º Novo Hamburgo é o Alvo no centro de cultura,em Novo Hamburgo,que reunia o HIP HOP Gaúcho.
# 2001- festival na quadra da escola de Samba Acadêmicos de São Leopoldo.
#2001- Show na Bom Jesus em POA, em conexão entre a região do Vale do Sinos e Porto Alegre.
#2001- Show na Quadra da Escola de Samba IAPI,Festival HIP HOP,Os Quatro Elementos.
# 2001- Show nos Blocos em Sapucaia,festa organizada pelos moradores dos Blocos.
#2001- 3° Novo Hamburgo é o Alvo no centro de cultura,em Novo Hamburgo,que reunia o HIP HOP Gaúcho.
# 2002- Show na casa do HIP HOP em Novo Hamburgo.
#2002 – Luau bar (NH), apresenta Preconceito Zero e convidados.
#2002- Show na Unisinos com o coral WHITE RIVER dos Estados Unidos,a convite do maestro Zezinho.
# 2002-4º Festival Novo Hamburgo é o Alvo,na Sociedade Ginástica de Hamburgo Velho em Novo Hamburgo,abertura do Show nacional do rapper e vj da MTV Thaide de São Paulo.
#2003- Show em Canoas com a participação do DJ do Racionais Mc´s, o dj Kl jay.
#2003- Show em Taquara no evento da Radio,do programa Rap é o Som.
# 2003-5° Festival Novo Hamburgo é o Alvo,na Sociedade Ginástica de Hamburgo Velho,show nacional com o grupo paulistano Realidade Cruel.
#2004-Show na Calourada da Paz da Feevale,no OK Center,na mesma noite tiveram fazendo show também no palco Mundo Livre; TNT,MASCAVO,ACUSTICOS E VALVULADOS e na tenda HIP HOP
Dj PIÁ,CONSPIRAÇÃO E PRECONCEITO ZERO,os grafiteiros da Crew Mente que Pensam.
#2004-Show no Natal HIP HOP na Santo Afonso, periferia de Novo Hambugo.
#2004- Show na comunidade Vila Braz.
#2004-Show na comunidade da Feitoria no evento,Domingo Cultural
#2005-Show no Fórum Social Mundial no palco central.
#2005-Show no Bar Opinião no Lançamento da revista rap Brasil,edição especial RS.
#2005- Participação na coletânea Operação Contagio,produzida e lançada pelo grupo Da Guedes e selo chave Mestra.
#2005-Lançamento da coletânea, no Bar Opinião em POA.
# 2005- Show no Chalaça Bar em POA.
#2005- Show na semana da consciência negra da região do Vale do Sinos.
# 2005-Show no Rio de Janeiro,
no evento Hutuz na noite do HIP HOP Gaúcho.
Contato da Família Preconceito Zero
Fone: (51)81358221 ou 35873323
e-mail: tamboreropz@yahoo.com.br ou no blog:
www.preconceito-zero.blogspot.com
“A Alma inspira há escrever tudo que transformamos em versos”
Preconceito Zero
O GRUPO PRECONCEITO ZERO
Em Novo Hamburgo o Movimento Hip Hop já tem sua cara: apareceu definitivamente com o popular Break ou melhor o B.Boy no início da década de 90, com as posses: Kings da zona sul e Black Boys ambos do Bairro Santo Afonso perifeira de Novo Hamburgo. Estimulados pelo movimento já existente em outros lugares do Brasil, encontravam-se em rachas pela cidade, o mais importante acontecia na Boate Lebarom na Sociedade Farroupilha, do Bairro Rondônia.
Os dois grupos hoje extintos deixaram a sua contribuição, dessas duas posses, hoje ainda na ativa estão: o ex-B.Boy Rudi atualmente DJ; da posse Black Boys que dos seus ensaios originou-se o grupo Magyc Mc´s (atualmente Preconceito Zero) dos rappers Tamborero(26 anos), Mano Cascata (27 anos) e Dn Jay (27 anos). Atualmente o Preconceito Zero é responsável pela evolução do Hip Hop na Região, através do Rap (ritmo e poesia).
Hoje, com mais adeptos o Hip Hop do RS vem contribuindo para uma sociedade mais justa com eventos enfocando temas como, igualdade social, racial, cultural e humana.
O Grupo Preconceito Zero realiza desde 1999 o Festival "Novo Hamburgo é o Alvo". Em 2004, ocorrerá a sua sexta edição. Já é considerado o principal festival da Região e um dos melhores do RS.
A principal característica do grupo são os trabalhos sociais, principalmente em atividades realizadas no Bairro Santo Afonso e vila Bráz com a Juventude. Em 2003 receberam o Prêmio Direitos Humanos no Rio Grande do Sul na categoria PROTAGONISMO JUVENIL NA PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO RS, concedido pela UNESCO, Assembléia Legislativa e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.
Fundadores da Associação de Hip Hop do Vale do Sinos (AHVS), para que possamos criar um dialogo mais permanente com os outros segmentos de juventude e poder fomentar o protagonismo juvenil.
Alguns shows realizados pelo grupo:
# 1995 - Sociedade Cruzeiro do Sul, em Novo Hamburgo na festa Black Music,com a equipe Jara Music Som
# 1995 – Sociedade Marechal Candido Rondon, em Esteio(Festival Hip Hop)
# 1996- Sociedade Bataclã, em São Leopoldo
# 1997- Esteio Praça Coração de Maria,em Esteio(festival Hip Hop)
# 1998- Lançamento da Demo,(Aqui na Sul) um CD com 04 quatro musicas independente.
# 1999- 1° Novo Hamburgo é o Alvo no centro de cultura de NH,o maior festival de HIP HOP na atualidade,que trouxe para o publico uma idéia inovadora,no dia do evento não era comercializado bebidas alcoólicas.
#2000- Preconceito Zero Ao Vivo na TVE-RS, no programa HIP HOP SUL,cantando a musica “Vivendo a lei do Mal.”
#2000- 2º Novo Hamburgo é o Alvo no centro de cultura,em Novo Hamburgo,que reunia o HIP HOP Gaúcho.
# 2001- festival na quadra da escola de Samba Acadêmicos de São Leopoldo.
#2001- Show na Bom Jesus em POA, em conexão entre a região do Vale do Sinos e Porto Alegre.
#2001- Show na Quadra da Escola de Samba IAPI,Festival HIP HOP,Os Quatro Elementos.
# 2001- Show nos Blocos em Sapucaia,festa organizada pelos moradores dos Blocos.
#2001- 3° Novo Hamburgo é o Alvo no centro de cultura,em Novo Hamburgo,que reunia o HIP HOP Gaúcho.
# 2002- Show na casa do HIP HOP em Novo Hamburgo.
#2002 – Luau bar (NH), apresenta Preconceito Zero e convidados.
#2002- Show na Unisinos com o coral WHITE RIVER dos Estados Unidos,a convite do maestro Zezinho.
# 2002-4º Festival Novo Hamburgo é o Alvo,na Sociedade Ginástica de Hamburgo Velho em Novo Hamburgo,abertura do Show nacional do rapper e vj da MTV Thaide de São Paulo.
#2003- Show em Canoas com a participação do DJ do Racionais Mc´s, o dj Kl jay.
#2003- Show em Taquara no evento da Radio,do programa Rap é o Som.
# 2003-5° Festival Novo Hamburgo é o Alvo,na Sociedade Ginástica de Hamburgo Velho,show nacional com o grupo paulistano Realidade Cruel.
#2004-Show na Calourada da Paz da Feevale,no OK Center,na mesma noite tiveram fazendo show também no palco Mundo Livre; TNT,MASCAVO,ACUSTICOS E VALVULADOS e na tenda HIP HOP
Dj PIÁ,CONSPIRAÇÃO E PRECONCEITO ZERO,os grafiteiros da Crew Mente que Pensam.
#2004-Show no Natal HIP HOP na Santo Afonso, periferia de Novo Hambugo.
#2004- Show na comunidade Vila Braz.
#2004-Show na comunidade da Feitoria no evento,Domingo Cultural
#2005-Show no Fórum Social Mundial no palco central.
#2005-Show no Bar Opinião no Lançamento da revista rap Brasil,edição especial RS.
#2005- Participação na coletânea Operação Contagio,produzida e lançada pelo grupo Da Guedes e selo chave Mestra.
#2005-Lançamento da coletânea, no Bar Opinião em POA.
# 2005- Show no Chalaça Bar em POA.
#2005- Show na semana da consciência negra da região do Vale do Sinos.
# 2005-Show no Rio de Janeiro,
no evento Hutuz na noite do HIP HOP Gaúcho.
Contato da Família Preconceito Zero
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“A Alma inspira há escrever tudo que transformamos em versos”
Preconceito Zero
Leiam!
MANIFESTO EM FAVOR DA LEI DE COTAS
E DO ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL
AOS DEPUTADOS E SENADORES DO CONGRESSO BRASILEIRO
A desigualdade racial vigente hoje no Brasil tem fortes raízes históricas e esta realidade não será alterada significativamente sem a aplicação de políticas públicas dirigidas a este objetivo. A Constituição de 1889 facilitou a reprodução do racismo ao decretar uma igualdade puramente formal entre todos os cidadãos. A população negra acabava de ser colocada em uma situação de completa exclusão em termos de acesso à terra, à renda, ao conjunto de direitos sociais definidos como “direitos de todos”, e à instrução para competir com os brancos diante de uma nova realidade de mercado de trabalho que se instalava no país. Enquanto se dizia que todos eram iguais na letra da lei, várias políticas de incentivo e apoio diferenciado, que hoje podem ser lidas como ações afirmativas, foram aplicadas para estimular a imigração de europeus para o Brasil.
Esse mesmo racismo estatal foi reproduzido e intensificado na sociedade brasileira ao longo de todo o século vinte. Uma série de dados oficiais sistematizados pelo IPEA no ano 2001 resume o padrão brasileiro de desigualdade racial: por 4 gerações ininterruptas, pretos e pardos têm contado com menos escolaridade, menos salário, menos acesso à saúde, menor índice de emprego, piores condições de moradia, quando contrastados com os brancos e asiáticos. Estudos desenvolvidos nos últimos anos por outros organismos estatais, como o MEC, o INEP e a CAPES, demonstram claramente que a ascensão social e econômica no nosso país passa necessariamente pelo acesso ao ensino superior.
Foi a constatação da extrema exclusão dos jovens negros e indígenas das universidades públicas que impulsionou a atual luta nacional pelas cotas, cujo marco foi a Marcha Zumbi dos Palmares pela Vida, em 20 de novembro de 1995, encampada por uma ampla frente de solidariedade entre acadêmicos negros e brancos, coletivos de estudantes negros, cursinhos pré-vestibulares para afrodescendentes e pobres e movimentos negros da sociedade civil, estudantes e líderes indígenas, além de outros setores solidários, como jornalistas, líderes religiosos e figuras políticas – boa parte dos quais subscreve o presente documento. A justiça e o imperativo moral dessa causa encontraram ressonância nos últimos governos, o que resultou em políticas públicas concretas, tais como: a criação do Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, de 1995, ainda no governo FHC; as primeiras ações afirmativas no âmbito dos Ministérios, em 2001; a criação da Secretaria Especial para Promoção de Políticas da Igualdade Racial (SEPPIR), em 2003, no governo Lula; e, finalmente, a proposta dos atuais Projetos de Lei que estabelecem cotas para estudantes negros oriundos da escola pública em todas as universidades federais brasileiras, e o Estatuto da Igualdade Racial.
O PL 73/99 (ou Lei de Cotas) deve ser compreendido como uma resposta coerente e responsável do Estado brasileiro aos vários instrumentos jurídicos internacionais a que aderiu, tais como a Convenção da ONU para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (CERD), de 1969, e, mais recentemente, ao Plano de Ação de Durban, resultante da III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, ocorrida em Durban, na África do Sul, em 2001. O Plano de Ação de Durban corrobora a ênfase, já colocada pela CERD, de adoção de ações afirmativas como um mecanismo importante na construção da igualdade racial. Lembremos aqui que as ações afirmativas para minorias étnicas e raciais já são realidade em inúmeros países multi-étnicos e multi-raciais como o Brasil. Foram incluídas na Constituição da Índia, em 1949; adotadas pelo Estado da Malásia desde 1968; implementadas nos Estados Unidos desde 1972; na África do Sul, após a queda do regime de apartheid, em 1994; e desde então no Canadá, na Austrália, na Nova Zelândia, na Colômbia e no México. Existe uma forte expectativa internacional de que o Estado brasileiro finalmente implemente políticas consistentes de ações afirmativas, inclusive porque o país conta com a segunda maior população negra do planeta e deve reparar as assimetrias promovidas pela intervenção do Estado da Primeira República com leis que outorgaram benefícios especiais aos europeus recém chegados, negando explicitamente os mesmos benefícios à população afro-brasileira.
Vale ressaltar também que, somente nos últimos 4 anos, mais de 35 universidades e Instituições de Ensino Superior públicas, entre federais e estaduais, já implementaram cotas para estudantes negros, indígenas e alunos da rede pública nos seus vestibulares e a maioria adotou essa medida após debates no interior dos espaços acadêmicos de cada universidade. Outras 15 instituições públicas estão prestes a adotar políticas semelhantes para promover maior inclusão. Todos os estudos de que dispomos já nos permitem afirmar com segurança que o rendimento acadêmico dos cotistas é, em geral, igual ou superior ao rendimento dos alunos que entraram pelo sistema universal. Esse dado é importante porque desmonta um preconceito muito difundido de que as cotas conduziriam a um rebaixamento da qualidade acadêmica das universidades. Isso simplesmente não se confirmou! Uma vez tida a oportunidade de acesso diferenciado (e insistimos que se trata de cotas de entrada, apenas, e não de saída), os estudantes negros se esforçam e conseguem o mesmo rendimento que os estudantes brancos.
Outro argumento muito comum usado por aqueles que são contra as políticas de inclusão de estudantes negros através de cotas é que haveria um acirramento dos conflitos raciais nas universidades. Muito distante desse panorama alarmista, os casos de racismo que têm surgido após a implementação das cotas têm sido enfrentados e resolvidos no interior das comunidades acadêmicas, em geral com transparência e eficácia maiores do que havia antes das cotas. Nesse sentido, a prática das cotas tem contribuído para combater o clima de impunidade diante da discriminação racial no meio universitário. Mais ainda, as múltiplas experiências de cotas em andamento nos últimos 4 anos contribuíram para a formação de uma rede de especialistas e de uma base de dados acumulada que facilitará a implementação, a nível nacional, da Lei de Cotas.
Colocando o sistema acadêmico brasileiro em uma perspectiva internacional, concluímos que nosso quadro de exclusão racial no ensino superior é um dos mais extremos do mundo. Para se ter uma idéia da desigualdade racial brasileira, lembremos que, mesmo nos dias do apartheid, os negros da África do Sul contavam com uma escolaridade média maior que a dos brancos no Brasil no ano 2000; a porcentagem de professores negros nas universidades sul-africanas, ainda na época do apartheid, era muito maior que a porcentagem dos professores negros nas nossas universidades públicas nos dias de hoje. A porcentagem média de docentes nas universidades públicas brasileiras não chega a 1%, em um país onde os negros conformam 45,6 % do total da população. Se os Deputados e Senadores, no seu papel de traduzir as demandas da sociedade brasileira em políticas de Estado não intervirem aprovando o PL 73/99 e o Estatuto, os mecanismos de exclusão racial embutidos no suposto universalismo do estado republicano provavelmente nos levarão a atravessar todo o século XXI como um dos sistemas universitários mais segregados étnica e racialmente do planeta! E, pior ainda, estaremos condenando mais uma geração inteira de secundaristas negros a ficar fora das universidades, pois, segundo estudos do IPEA, serão necessários 30 anos para que a população negra alcance a escolaridade média dos brancos de hoje, caso nenhuma política específica de promoção da igualdade racial na educação seja adotada.
Não devemos esquecer que as universidades públicas são as mais qualificadas academicamente e com as melhores condições para a pesquisa; contudo, oferecem apenas 20% do total de vagas abertas anualmente no ensino superior brasileiro. 90% dessas vagas têm sido utilizadas apenas para a formação de uma elite branca. Para que nossas universidades públicas cumpram verdadeiramente sua função republicana e social em uma sociedade multi-étnica e multi-racial, deverão algum dia refletir as porcentagens de brancos, negros e indígenas do país em todos os graus da hierarquia acadêmica: na graduação, no mestrado, no doutorado, na carreira de docente e na carreira de pesquisador.
Nesse longo caminho em direção à igualdade étnica e racial plena, o PL 73/99, que reserva vagas na graduação, é uma medida ainda tímida: garantirá uma média nacional mínima de 22,5% de vagas nas universidades públicas para um grupo humano que representa 45,6% da população nacional. É preciso, porém, ter clareza do que significam esses 22,5% de cotas no contexto total do ensino de graduação no Brasil. Tomando como base os dados oficiais do INEP, o número de ingressos nas universidades federais em 2004 foi de 123.000 estudantes, enquanto o total de ingressos em todas as universidades (federais, estaduais, municipais e privadas) foi de 1.304.000 estudantes. Se já tivessem existido cotas em todas as universidades federais para esse ano, os estudantes negros contariam com uma reserva de 27.675 vagas (22,5% de 123.000 vagas). Em suma, a Lei de Cotas incidiria em apenas 2% do total de ingressos no ensino superior brasileiro. Devemos ter igualmente claro que essa Lei visa garantir o ingresso de aproximadamente 27.675 estudantes negros em um universo de 575.000 estudantes atualmente matriculados nas universidades federais. Portanto, estes representarão um acréscimo anual de 4,8% de estudantes negros em um contingente majoritariamente branco. Lembremos, finalmente, que o número total de matrículas na graduação em 2004 foi de 4.165.000. A Lei de Cotas assegurará, portanto, que apenas 0,7% do número total de estudantes cursando o terceiro grau no Brasil sejam negros. Devemos concluir que a desigualdade racial continuará sendo a marca do nosso universo acadêmico durante décadas, mesmo com a implementação do PL 73/99. Sem as cotas, porém, já teremos que começar a calcular em séculos a perspectiva de combate ao nosso racismo universitário. Temos esperança de que nossos congressistas aumentem esses índices tão baixos de inclusão!
Se a Lei de Cotas visa nivelar o acesso às vagas de ingresso nas universidades públicas entre brancos e negros, o Estatuto da Igualdade Racial complementa esse movimento por justiça. Garante o acesso mínimo dos negros aos cargos públicos e assegura um mínimo de igualdade racial no mercado de trabalho e no usufruto dos serviços públicos de saúde e moradia, entre outros. Urge votar o Estatuto, pois se trata de recuperar uma medida de igualdade que deveria ter sido incluída na Constituição de 1889, no momento inicial da construção da República no Brasil. Foi sua ausência que aprofundou o fosso da desigualdade racial e da impunidade do racismo contra a população negra ao longo de todo o século XX. Por outro lado, o Estatuto transforma em ação concreta os valores de igualdade plasmados na Constituição de 1988, claramente pró-ativa na sua afirmação de que é necessário adotar mecanismos capazes de viabilizar a igualdade almejada. Enquanto o Estatuto não for aprovado, continuaremos reproduzindo o ciclo de desigualdade racial profunda que tem sido a marca de toda a nossa história republicana até os dias de hoje.
Finalmente, gostaríamos de fazer uma breve menção ao documento contrário à Lei de Cotas e ao Estatuto da Igualdade Racial, enviado recentemente aos nobres parlamentares por um grupo de acadêmicos pertencentes a várias instituições de elite do país. Ao mesmo tempo em que rejeitam frontalmente as duas Leis em discussão, os assinantes do documento não apresentam nenhuma proposta alternativa concreta de inclusão racial no Brasil, reiterando apenas que somos todos iguais perante a lei e que é preciso melhorar os serviços públicos até atenderem por igual a todos os segmentos da sociedade. Essa declaração de princípios universalistas, feita por membros da elite de uma sociedade multi-étnica e multi-racial com uma história recente de escravismo e genocídio sistemático, parece uma reedição, no século XXI, do imobilismo subjacente à Constituição da República de 1889: zerou, num toque de mágica, as desigualdades causadas pelos três séculos de escravidão e genocídio, e jogou para um futuro incerto o dia em que negros e índios pudessem ter acesso eqüitativo à educação, às riquezas, aos bens e aos serviços acumulados pelo Estado brasileiro.
Acreditamos que a igualdade universal dentro da República não é um princípio vazio e sim uma meta a ser alcançada. As ações afirmativas, baseadas na discriminação positiva daqueles lesados por processos históricos, são a figura jurídica criada pelas Nações Unidas para alcançar essa meta.
Rejeitar simultaneamente a Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial significa aceitar a continuidade do quadro atual de desigualdade racial e de genocídio e adiar sine die o momento em que o Estado brasileiro consiga nivelar as oportunidades entre negros, brancos e indígenas. Por outro lado, são os dados oficiais do governo que expressam, sem sombra de dúvida, a necessidade urgente de ações afirmativas: ou adotamos cotas e implementemos o Estatuto, ou seremos coniventes com a perpetuação do nosso racismo e do nosso genocídio.
Instamos, portanto, os nossos ilustres congressistas a que aprovem, com a máxima urgência, a Lei de Cotas (PL73/1999) e o Estatuto da Igualdade Racial (PL 3.198/2000).
Brasília, 29 de junho de 2006
E DO ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL
AOS DEPUTADOS E SENADORES DO CONGRESSO BRASILEIRO
A desigualdade racial vigente hoje no Brasil tem fortes raízes históricas e esta realidade não será alterada significativamente sem a aplicação de políticas públicas dirigidas a este objetivo. A Constituição de 1889 facilitou a reprodução do racismo ao decretar uma igualdade puramente formal entre todos os cidadãos. A população negra acabava de ser colocada em uma situação de completa exclusão em termos de acesso à terra, à renda, ao conjunto de direitos sociais definidos como “direitos de todos”, e à instrução para competir com os brancos diante de uma nova realidade de mercado de trabalho que se instalava no país. Enquanto se dizia que todos eram iguais na letra da lei, várias políticas de incentivo e apoio diferenciado, que hoje podem ser lidas como ações afirmativas, foram aplicadas para estimular a imigração de europeus para o Brasil.
Esse mesmo racismo estatal foi reproduzido e intensificado na sociedade brasileira ao longo de todo o século vinte. Uma série de dados oficiais sistematizados pelo IPEA no ano 2001 resume o padrão brasileiro de desigualdade racial: por 4 gerações ininterruptas, pretos e pardos têm contado com menos escolaridade, menos salário, menos acesso à saúde, menor índice de emprego, piores condições de moradia, quando contrastados com os brancos e asiáticos. Estudos desenvolvidos nos últimos anos por outros organismos estatais, como o MEC, o INEP e a CAPES, demonstram claramente que a ascensão social e econômica no nosso país passa necessariamente pelo acesso ao ensino superior.
Foi a constatação da extrema exclusão dos jovens negros e indígenas das universidades públicas que impulsionou a atual luta nacional pelas cotas, cujo marco foi a Marcha Zumbi dos Palmares pela Vida, em 20 de novembro de 1995, encampada por uma ampla frente de solidariedade entre acadêmicos negros e brancos, coletivos de estudantes negros, cursinhos pré-vestibulares para afrodescendentes e pobres e movimentos negros da sociedade civil, estudantes e líderes indígenas, além de outros setores solidários, como jornalistas, líderes religiosos e figuras políticas – boa parte dos quais subscreve o presente documento. A justiça e o imperativo moral dessa causa encontraram ressonância nos últimos governos, o que resultou em políticas públicas concretas, tais como: a criação do Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, de 1995, ainda no governo FHC; as primeiras ações afirmativas no âmbito dos Ministérios, em 2001; a criação da Secretaria Especial para Promoção de Políticas da Igualdade Racial (SEPPIR), em 2003, no governo Lula; e, finalmente, a proposta dos atuais Projetos de Lei que estabelecem cotas para estudantes negros oriundos da escola pública em todas as universidades federais brasileiras, e o Estatuto da Igualdade Racial.
O PL 73/99 (ou Lei de Cotas) deve ser compreendido como uma resposta coerente e responsável do Estado brasileiro aos vários instrumentos jurídicos internacionais a que aderiu, tais como a Convenção da ONU para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (CERD), de 1969, e, mais recentemente, ao Plano de Ação de Durban, resultante da III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, ocorrida em Durban, na África do Sul, em 2001. O Plano de Ação de Durban corrobora a ênfase, já colocada pela CERD, de adoção de ações afirmativas como um mecanismo importante na construção da igualdade racial. Lembremos aqui que as ações afirmativas para minorias étnicas e raciais já são realidade em inúmeros países multi-étnicos e multi-raciais como o Brasil. Foram incluídas na Constituição da Índia, em 1949; adotadas pelo Estado da Malásia desde 1968; implementadas nos Estados Unidos desde 1972; na África do Sul, após a queda do regime de apartheid, em 1994; e desde então no Canadá, na Austrália, na Nova Zelândia, na Colômbia e no México. Existe uma forte expectativa internacional de que o Estado brasileiro finalmente implemente políticas consistentes de ações afirmativas, inclusive porque o país conta com a segunda maior população negra do planeta e deve reparar as assimetrias promovidas pela intervenção do Estado da Primeira República com leis que outorgaram benefícios especiais aos europeus recém chegados, negando explicitamente os mesmos benefícios à população afro-brasileira.
Vale ressaltar também que, somente nos últimos 4 anos, mais de 35 universidades e Instituições de Ensino Superior públicas, entre federais e estaduais, já implementaram cotas para estudantes negros, indígenas e alunos da rede pública nos seus vestibulares e a maioria adotou essa medida após debates no interior dos espaços acadêmicos de cada universidade. Outras 15 instituições públicas estão prestes a adotar políticas semelhantes para promover maior inclusão. Todos os estudos de que dispomos já nos permitem afirmar com segurança que o rendimento acadêmico dos cotistas é, em geral, igual ou superior ao rendimento dos alunos que entraram pelo sistema universal. Esse dado é importante porque desmonta um preconceito muito difundido de que as cotas conduziriam a um rebaixamento da qualidade acadêmica das universidades. Isso simplesmente não se confirmou! Uma vez tida a oportunidade de acesso diferenciado (e insistimos que se trata de cotas de entrada, apenas, e não de saída), os estudantes negros se esforçam e conseguem o mesmo rendimento que os estudantes brancos.
Outro argumento muito comum usado por aqueles que são contra as políticas de inclusão de estudantes negros através de cotas é que haveria um acirramento dos conflitos raciais nas universidades. Muito distante desse panorama alarmista, os casos de racismo que têm surgido após a implementação das cotas têm sido enfrentados e resolvidos no interior das comunidades acadêmicas, em geral com transparência e eficácia maiores do que havia antes das cotas. Nesse sentido, a prática das cotas tem contribuído para combater o clima de impunidade diante da discriminação racial no meio universitário. Mais ainda, as múltiplas experiências de cotas em andamento nos últimos 4 anos contribuíram para a formação de uma rede de especialistas e de uma base de dados acumulada que facilitará a implementação, a nível nacional, da Lei de Cotas.
Colocando o sistema acadêmico brasileiro em uma perspectiva internacional, concluímos que nosso quadro de exclusão racial no ensino superior é um dos mais extremos do mundo. Para se ter uma idéia da desigualdade racial brasileira, lembremos que, mesmo nos dias do apartheid, os negros da África do Sul contavam com uma escolaridade média maior que a dos brancos no Brasil no ano 2000; a porcentagem de professores negros nas universidades sul-africanas, ainda na época do apartheid, era muito maior que a porcentagem dos professores negros nas nossas universidades públicas nos dias de hoje. A porcentagem média de docentes nas universidades públicas brasileiras não chega a 1%, em um país onde os negros conformam 45,6 % do total da população. Se os Deputados e Senadores, no seu papel de traduzir as demandas da sociedade brasileira em políticas de Estado não intervirem aprovando o PL 73/99 e o Estatuto, os mecanismos de exclusão racial embutidos no suposto universalismo do estado republicano provavelmente nos levarão a atravessar todo o século XXI como um dos sistemas universitários mais segregados étnica e racialmente do planeta! E, pior ainda, estaremos condenando mais uma geração inteira de secundaristas negros a ficar fora das universidades, pois, segundo estudos do IPEA, serão necessários 30 anos para que a população negra alcance a escolaridade média dos brancos de hoje, caso nenhuma política específica de promoção da igualdade racial na educação seja adotada.
Não devemos esquecer que as universidades públicas são as mais qualificadas academicamente e com as melhores condições para a pesquisa; contudo, oferecem apenas 20% do total de vagas abertas anualmente no ensino superior brasileiro. 90% dessas vagas têm sido utilizadas apenas para a formação de uma elite branca. Para que nossas universidades públicas cumpram verdadeiramente sua função republicana e social em uma sociedade multi-étnica e multi-racial, deverão algum dia refletir as porcentagens de brancos, negros e indígenas do país em todos os graus da hierarquia acadêmica: na graduação, no mestrado, no doutorado, na carreira de docente e na carreira de pesquisador.
Nesse longo caminho em direção à igualdade étnica e racial plena, o PL 73/99, que reserva vagas na graduação, é uma medida ainda tímida: garantirá uma média nacional mínima de 22,5% de vagas nas universidades públicas para um grupo humano que representa 45,6% da população nacional. É preciso, porém, ter clareza do que significam esses 22,5% de cotas no contexto total do ensino de graduação no Brasil. Tomando como base os dados oficiais do INEP, o número de ingressos nas universidades federais em 2004 foi de 123.000 estudantes, enquanto o total de ingressos em todas as universidades (federais, estaduais, municipais e privadas) foi de 1.304.000 estudantes. Se já tivessem existido cotas em todas as universidades federais para esse ano, os estudantes negros contariam com uma reserva de 27.675 vagas (22,5% de 123.000 vagas). Em suma, a Lei de Cotas incidiria em apenas 2% do total de ingressos no ensino superior brasileiro. Devemos ter igualmente claro que essa Lei visa garantir o ingresso de aproximadamente 27.675 estudantes negros em um universo de 575.000 estudantes atualmente matriculados nas universidades federais. Portanto, estes representarão um acréscimo anual de 4,8% de estudantes negros em um contingente majoritariamente branco. Lembremos, finalmente, que o número total de matrículas na graduação em 2004 foi de 4.165.000. A Lei de Cotas assegurará, portanto, que apenas 0,7% do número total de estudantes cursando o terceiro grau no Brasil sejam negros. Devemos concluir que a desigualdade racial continuará sendo a marca do nosso universo acadêmico durante décadas, mesmo com a implementação do PL 73/99. Sem as cotas, porém, já teremos que começar a calcular em séculos a perspectiva de combate ao nosso racismo universitário. Temos esperança de que nossos congressistas aumentem esses índices tão baixos de inclusão!
Se a Lei de Cotas visa nivelar o acesso às vagas de ingresso nas universidades públicas entre brancos e negros, o Estatuto da Igualdade Racial complementa esse movimento por justiça. Garante o acesso mínimo dos negros aos cargos públicos e assegura um mínimo de igualdade racial no mercado de trabalho e no usufruto dos serviços públicos de saúde e moradia, entre outros. Urge votar o Estatuto, pois se trata de recuperar uma medida de igualdade que deveria ter sido incluída na Constituição de 1889, no momento inicial da construção da República no Brasil. Foi sua ausência que aprofundou o fosso da desigualdade racial e da impunidade do racismo contra a população negra ao longo de todo o século XX. Por outro lado, o Estatuto transforma em ação concreta os valores de igualdade plasmados na Constituição de 1988, claramente pró-ativa na sua afirmação de que é necessário adotar mecanismos capazes de viabilizar a igualdade almejada. Enquanto o Estatuto não for aprovado, continuaremos reproduzindo o ciclo de desigualdade racial profunda que tem sido a marca de toda a nossa história republicana até os dias de hoje.
Finalmente, gostaríamos de fazer uma breve menção ao documento contrário à Lei de Cotas e ao Estatuto da Igualdade Racial, enviado recentemente aos nobres parlamentares por um grupo de acadêmicos pertencentes a várias instituições de elite do país. Ao mesmo tempo em que rejeitam frontalmente as duas Leis em discussão, os assinantes do documento não apresentam nenhuma proposta alternativa concreta de inclusão racial no Brasil, reiterando apenas que somos todos iguais perante a lei e que é preciso melhorar os serviços públicos até atenderem por igual a todos os segmentos da sociedade. Essa declaração de princípios universalistas, feita por membros da elite de uma sociedade multi-étnica e multi-racial com uma história recente de escravismo e genocídio sistemático, parece uma reedição, no século XXI, do imobilismo subjacente à Constituição da República de 1889: zerou, num toque de mágica, as desigualdades causadas pelos três séculos de escravidão e genocídio, e jogou para um futuro incerto o dia em que negros e índios pudessem ter acesso eqüitativo à educação, às riquezas, aos bens e aos serviços acumulados pelo Estado brasileiro.
Acreditamos que a igualdade universal dentro da República não é um princípio vazio e sim uma meta a ser alcançada. As ações afirmativas, baseadas na discriminação positiva daqueles lesados por processos históricos, são a figura jurídica criada pelas Nações Unidas para alcançar essa meta.
Rejeitar simultaneamente a Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial significa aceitar a continuidade do quadro atual de desigualdade racial e de genocídio e adiar sine die o momento em que o Estado brasileiro consiga nivelar as oportunidades entre negros, brancos e indígenas. Por outro lado, são os dados oficiais do governo que expressam, sem sombra de dúvida, a necessidade urgente de ações afirmativas: ou adotamos cotas e implementemos o Estatuto, ou seremos coniventes com a perpetuação do nosso racismo e do nosso genocídio.
Instamos, portanto, os nossos ilustres congressistas a que aprovem, com a máxima urgência, a Lei de Cotas (PL73/1999) e o Estatuto da Igualdade Racial (PL 3.198/2000).
Brasília, 29 de junho de 2006
Friday, June 30, 2006
A arte contra as Drogas!
Monday, June 19, 2006
MV BILL conclui novo CD
MV Bill conclui trilogia "Falcão" e mostra RPB em novo trabalho
Sim, é de protesto. Mas é mais do que isso. O novo CD do rapper MV Bill, "Falcão - O Bagulho É Doido" (Chapa Preta/Universal) fecha a trilogia iniciada com o documentário e o livro "Falcão - Meninos do Tráfico" --para o tema dedica duas faixas--, mas não se limita a afinar e afiar a rima. Se o chamariz é o discurso, o disco "pega" pela música (batidas, samplers, instrumentação e afins), que segue a corrente do "rap popular brasileiro" (RPB)."[O RPB] Não é um movimento, mas uma movimentação. O Brasil, a exemplo de outros países, precisava identificar a sua cultura ao rap que é feito aqui", explica MV Bill, que no novo trabalho traz Sandra de Sá ("Olhos Coloridos"), Caetano Veloso ("Qualquer Coisa") e Vanusa ("Cinema Mudo") em samplers, além do samba-rock "Minha Flecha na Sua Mira (Me Leva)". "A música brasileira não deve ser identificada somente através do samba. Esse é somente um dos vários caminhos que ela segue."
Disco de MV Bill traz "rap popular brasileiro"
No disco anterior, "Declaração de Guerra" (2002), uma fórmula parecida já trazia samplers de Hyldon e Djavan e o samba-rock "Marginal Menestrel". No mesmo sentido de continuidade, se o rapper abusou do funk/soul retrô em "A Noite" ("Traficando informação", de 1999), agora traz "Junto e Misturado" (com participação da irmã Kmila) e "Enquanto Eu Posso" (com Hannah Lima) para as pistas."Quanto mais discos e pesquisas feitos, mais autenticidade o rap brasileiro vai ter. O que fizemos no disco passado e nesse são só contribuições", diz ele, que prefere não citar nomes de outros rappers que seguem o caminho do RPB. "É complicado dizer nomes. Tem muita gente desconhecida. No Ceará estão procurando colocar som de lá na música deles, em Pernambuco também. O disco da Nega Gizza [irmã do rapper] também vai trazer isso. E outros já fizeram no passado."Além da "brasilidade", o trabalho de Bill se destaca de boa parte das produções do rap nacional por conta da introdução de elementos orgânicos --algo visto há anos no exterior, mas que ainda soa novo por aqui. Sem se limitar ao sampler, o rapper aposta na fusão de instrumentos, que chegam a dominar as faixas "Minha Flecha" e o rap-rock-reggae "Não Acredito"."Iniciamos isso [o uso de instrumentos] em 1999, em meio à crítica de parte do hip hop que prefere manter a raiz com DJ e MC --que é um formato legal também, usamos nas nossas apresentações. Mas confesso que me sinto mais seduzido quando o rap, que nasceu de uma mistura, se mistura a outras coisas."Os shows desse novo trabalho começam no Rio, no final de julho. A agenda ainda não está fechada, mas naturalmente São Paulo, berço do hip hop nacional, está no roteiro."Falcão"A faixa-título do disco traz as frases que, vindas de um adolescente, chocaram muitos espectadores do "Fantástico" ("Se eu morrer vem outro, ou melhor, ou pior. [...] Nessa vida não dá pra sonhar, não. [...] É muito esculacho nessa vida"). Rap de batida profunda, "O Bagulho É Doido" traz a rima seca que serve à crítica: "Seu vício é que me mata/ Seu vício me sustenta/ Antes de abrir a boca pra falar demais/ Não se esqueça: Meu mundo você é quem faz".O primeiro clipe do disco é justamente dessa faixa. Foi gravado na Cufa (Central Única das Favelas) do Ceará por jovens de duas comunidades, Quadra e Lagamar, que participaram de um curso de audiovisual promovido pela entidade. As imagens estão em edição na Cufa do Rio de Janeiro. O segundo clipe, "O Preto em Movimento" (que traz o sampler de "Olhos Coloridos), será produzido pela gravadora.Formado o tripé, porém, o rapper diz que o projeto "Falcão" ainda não resultou em benefícios para as comunidades carentes e para as ações da Cufa. "Por enquanto, [não há] nada além do que a gente já faz, é só a nossa batalha mesmo", diz ele. Então, MV Bill tem esperança de quê? "A esperança que eu tenho é de que isso seja discutido e resolvido. Ao menos, que haja mobilização das pessoas sobre esse assunto. Se tenho você me entrevistando e fazendo essa pergunta, já é alguma coisa que está acontecendo." Como dizem: o barato é louco e o processo é lento.
Sim, é de protesto. Mas é mais do que isso. O novo CD do rapper MV Bill, "Falcão - O Bagulho É Doido" (Chapa Preta/Universal) fecha a trilogia iniciada com o documentário e o livro "Falcão - Meninos do Tráfico" --para o tema dedica duas faixas--, mas não se limita a afinar e afiar a rima. Se o chamariz é o discurso, o disco "pega" pela música (batidas, samplers, instrumentação e afins), que segue a corrente do "rap popular brasileiro" (RPB)."[O RPB] Não é um movimento, mas uma movimentação. O Brasil, a exemplo de outros países, precisava identificar a sua cultura ao rap que é feito aqui", explica MV Bill, que no novo trabalho traz Sandra de Sá ("Olhos Coloridos"), Caetano Veloso ("Qualquer Coisa") e Vanusa ("Cinema Mudo") em samplers, além do samba-rock "Minha Flecha na Sua Mira (Me Leva)". "A música brasileira não deve ser identificada somente através do samba. Esse é somente um dos vários caminhos que ela segue."
Disco de MV Bill traz "rap popular brasileiro"
No disco anterior, "Declaração de Guerra" (2002), uma fórmula parecida já trazia samplers de Hyldon e Djavan e o samba-rock "Marginal Menestrel". No mesmo sentido de continuidade, se o rapper abusou do funk/soul retrô em "A Noite" ("Traficando informação", de 1999), agora traz "Junto e Misturado" (com participação da irmã Kmila) e "Enquanto Eu Posso" (com Hannah Lima) para as pistas."Quanto mais discos e pesquisas feitos, mais autenticidade o rap brasileiro vai ter. O que fizemos no disco passado e nesse são só contribuições", diz ele, que prefere não citar nomes de outros rappers que seguem o caminho do RPB. "É complicado dizer nomes. Tem muita gente desconhecida. No Ceará estão procurando colocar som de lá na música deles, em Pernambuco também. O disco da Nega Gizza [irmã do rapper] também vai trazer isso. E outros já fizeram no passado."Além da "brasilidade", o trabalho de Bill se destaca de boa parte das produções do rap nacional por conta da introdução de elementos orgânicos --algo visto há anos no exterior, mas que ainda soa novo por aqui. Sem se limitar ao sampler, o rapper aposta na fusão de instrumentos, que chegam a dominar as faixas "Minha Flecha" e o rap-rock-reggae "Não Acredito"."Iniciamos isso [o uso de instrumentos] em 1999, em meio à crítica de parte do hip hop que prefere manter a raiz com DJ e MC --que é um formato legal também, usamos nas nossas apresentações. Mas confesso que me sinto mais seduzido quando o rap, que nasceu de uma mistura, se mistura a outras coisas."Os shows desse novo trabalho começam no Rio, no final de julho. A agenda ainda não está fechada, mas naturalmente São Paulo, berço do hip hop nacional, está no roteiro."Falcão"A faixa-título do disco traz as frases que, vindas de um adolescente, chocaram muitos espectadores do "Fantástico" ("Se eu morrer vem outro, ou melhor, ou pior. [...] Nessa vida não dá pra sonhar, não. [...] É muito esculacho nessa vida"). Rap de batida profunda, "O Bagulho É Doido" traz a rima seca que serve à crítica: "Seu vício é que me mata/ Seu vício me sustenta/ Antes de abrir a boca pra falar demais/ Não se esqueça: Meu mundo você é quem faz".O primeiro clipe do disco é justamente dessa faixa. Foi gravado na Cufa (Central Única das Favelas) do Ceará por jovens de duas comunidades, Quadra e Lagamar, que participaram de um curso de audiovisual promovido pela entidade. As imagens estão em edição na Cufa do Rio de Janeiro. O segundo clipe, "O Preto em Movimento" (que traz o sampler de "Olhos Coloridos), será produzido pela gravadora.Formado o tripé, porém, o rapper diz que o projeto "Falcão" ainda não resultou em benefícios para as comunidades carentes e para as ações da Cufa. "Por enquanto, [não há] nada além do que a gente já faz, é só a nossa batalha mesmo", diz ele. Então, MV Bill tem esperança de quê? "A esperança que eu tenho é de que isso seja discutido e resolvido. Ao menos, que haja mobilização das pessoas sobre esse assunto. Se tenho você me entrevistando e fazendo essa pergunta, já é alguma coisa que está acontecendo." Como dizem: o barato é louco e o processo é lento.
Friday, June 16, 2006
Agenda de Shows do P.Zero
Data de alguns shows dos negros da STO/NH
Preconceito Zero
Dia:17 de junho,apartir das:23:00hs show em Esteio na quadra da escola de samba Salgueiro
Dia:24 de junho,apartir das:23:00hs show em Taquara/show com Preconceito Zero,Consultoria,Remanescentes...
Dia:01 de julho,apartir das:14:00hs show em Sapiranga/sindicato dos Sapateiros
Dia:02 de julho,apartir das:17:00 hs, Em São Leopoldo,(Bairro:Rio Branco) no Bataclã show com K.dão Criminosa Trindade,Voz do Brasil e Preconceito Zero e muita black Music...
A Classe Média
De volta, com muita seriedade
Fiquei em "off" durante dois meses, em função de estar com o tempo totalmente tomado por causa da crise na Unimep (ameaça de demissão, atraso nos salários, redução dos salários e outras coisas não muito agradáveis). Mas passado o turbilhão e entre mortos e feridos, estou de volta.
Tenho discutido muito nas aulas que ministro no Programa de Pós Graduação da ECA/USP os problemas da globalização, da midiatização da sociedade, do impacto das novas tecnologias, etc. As discussões sempre caminham para um viés um tanto niilista e noto, em alguns textos, uma certa frustração pela incapacidade de um pretenso projeto civilizatório iluminista continuar tendo repercussão na maioria da sociedade. Lendo alguns comentários de jornalistas que não conseguem entender como que o atual presidente Lula continua subindo nas pesquisas apesar da artilharia pesada que sofre da mídia a mesma indagação. Lúcia Hipólito, comentarista da CBN e colaboradora de vários órgãos, se desesperou em uma coluna: "mas será que a população não está entendendo o que estamos dizendo?". E o Clóvis Rossi, coitado, mergulhou de vez no bordão eurocêntrico e burguês de que este país não é sério, se fosse em outro país, a coisa seria diferente... Entre tantas bobagens que Caetano Veloso fala, lembro de uma coisa genial que ele disse em entrevista na revista Veja: "Os que falam mal do Brasil são justamente aqueles que fazem mal ao Brasil - é o cara que não respeita regras de trânsito, que joga lixo na rua, que leva o cachorro para passear e defecar nas vias públicas, etc."
Bem, quem são estas pessoas céticas, descontentes com o Brasil e que não conseguem entender o povo? Quem são estes que ficam doidos com o fato do país parar por causa da Copa do Mundo, que acha que o povo é ignorante, que este país não é sério e que considera que uma pergunta do presidente Lula se o atacante Ronaldo está gordo ou não gerou a "maior crise da história na relação entre presidente e Seleção Brasileira"?
É uma classe média que perdeu o rumo, que descobriu que não forma opinião coisa nenhuma (nada mais irrita estas pessoas que segmentos populares tenham autonomia de pensamento, imagina só como pode "a minha empregada pensar do jeito que ela quer e não levar em consideração o que eu acho?") e também, como Regina Duarte, está com medo de ter que reduzir sua "cidadania comprada" - os planos de saúde, as escolas particulares, o carro último tipo, o clube legal que garantem direitos fundamentais de qualquer cidadão (educação, saúde, transporte, lazer) como privilégios seus. São estes mesmos que, com vergonha de dizer que eram contra os CEUs da Marta para não ficar com pecha de elitistas, partiram para uma discussão "academicista", "teórica" para questionar a "eficácia pedagógica" do projeto da ex-prefeita. Ninguém falou do fato de que tal projeto proporcionou às mães da periferia uma certa tranquilidade ao saber que seus filhos não estavam na rua enquanto elas tinham que trabalhar. E que os dados mostraram que houve uma redução significativa da violência nos bairros em que os CEUs foram instalados. Mas isto é besteira, é rebaixar a discussão.
O filósofo Michel Serres disse em uma entrevista em 2000 que a pior coisa para o ser humano é pertencer a poucos grupos, poucos círculos de relação - sua identidade empobrece. É isto que acontece nestas corporações fechadas. As pessoas olham o mundo a partir do seu estreito círculo. São incapazes sequer de dialogar com o diferente. Criticam a violência mas o comportamento deles é tão intolerante quanto. O mais grave de tudo isto é que são lideranças, pessoas que tem o privilégio de repercutir idéias na sociedade - jornalistas, comentaristas, etc. Enquanto isto aquela mãe que mora em São Mateus e estava aliviada porque poderia trabalhar e seu filho frequentar a piscina do CEU tem que engolir "pedagogos" dizendo que não há um projeto pedagógico no CEU. Ou o sertanejo no Nordeste que recebe o Bolsa Família e pode, finalmente, comprar o que quer na venda da esquina, ouvir "comentaristas" dizendo que este país não é sério.
Sinceramente, quem não é séria é a nossa classe média.
Escrito por: Dennis
Fiquei em "off" durante dois meses, em função de estar com o tempo totalmente tomado por causa da crise na Unimep (ameaça de demissão, atraso nos salários, redução dos salários e outras coisas não muito agradáveis). Mas passado o turbilhão e entre mortos e feridos, estou de volta.
Tenho discutido muito nas aulas que ministro no Programa de Pós Graduação da ECA/USP os problemas da globalização, da midiatização da sociedade, do impacto das novas tecnologias, etc. As discussões sempre caminham para um viés um tanto niilista e noto, em alguns textos, uma certa frustração pela incapacidade de um pretenso projeto civilizatório iluminista continuar tendo repercussão na maioria da sociedade. Lendo alguns comentários de jornalistas que não conseguem entender como que o atual presidente Lula continua subindo nas pesquisas apesar da artilharia pesada que sofre da mídia a mesma indagação. Lúcia Hipólito, comentarista da CBN e colaboradora de vários órgãos, se desesperou em uma coluna: "mas será que a população não está entendendo o que estamos dizendo?". E o Clóvis Rossi, coitado, mergulhou de vez no bordão eurocêntrico e burguês de que este país não é sério, se fosse em outro país, a coisa seria diferente... Entre tantas bobagens que Caetano Veloso fala, lembro de uma coisa genial que ele disse em entrevista na revista Veja: "Os que falam mal do Brasil são justamente aqueles que fazem mal ao Brasil - é o cara que não respeita regras de trânsito, que joga lixo na rua, que leva o cachorro para passear e defecar nas vias públicas, etc."
Bem, quem são estas pessoas céticas, descontentes com o Brasil e que não conseguem entender o povo? Quem são estes que ficam doidos com o fato do país parar por causa da Copa do Mundo, que acha que o povo é ignorante, que este país não é sério e que considera que uma pergunta do presidente Lula se o atacante Ronaldo está gordo ou não gerou a "maior crise da história na relação entre presidente e Seleção Brasileira"?
É uma classe média que perdeu o rumo, que descobriu que não forma opinião coisa nenhuma (nada mais irrita estas pessoas que segmentos populares tenham autonomia de pensamento, imagina só como pode "a minha empregada pensar do jeito que ela quer e não levar em consideração o que eu acho?") e também, como Regina Duarte, está com medo de ter que reduzir sua "cidadania comprada" - os planos de saúde, as escolas particulares, o carro último tipo, o clube legal que garantem direitos fundamentais de qualquer cidadão (educação, saúde, transporte, lazer) como privilégios seus. São estes mesmos que, com vergonha de dizer que eram contra os CEUs da Marta para não ficar com pecha de elitistas, partiram para uma discussão "academicista", "teórica" para questionar a "eficácia pedagógica" do projeto da ex-prefeita. Ninguém falou do fato de que tal projeto proporcionou às mães da periferia uma certa tranquilidade ao saber que seus filhos não estavam na rua enquanto elas tinham que trabalhar. E que os dados mostraram que houve uma redução significativa da violência nos bairros em que os CEUs foram instalados. Mas isto é besteira, é rebaixar a discussão.
O filósofo Michel Serres disse em uma entrevista em 2000 que a pior coisa para o ser humano é pertencer a poucos grupos, poucos círculos de relação - sua identidade empobrece. É isto que acontece nestas corporações fechadas. As pessoas olham o mundo a partir do seu estreito círculo. São incapazes sequer de dialogar com o diferente. Criticam a violência mas o comportamento deles é tão intolerante quanto. O mais grave de tudo isto é que são lideranças, pessoas que tem o privilégio de repercutir idéias na sociedade - jornalistas, comentaristas, etc. Enquanto isto aquela mãe que mora em São Mateus e estava aliviada porque poderia trabalhar e seu filho frequentar a piscina do CEU tem que engolir "pedagogos" dizendo que não há um projeto pedagógico no CEU. Ou o sertanejo no Nordeste que recebe o Bolsa Família e pode, finalmente, comprar o que quer na venda da esquina, ouvir "comentaristas" dizendo que este país não é sério.
Sinceramente, quem não é séria é a nossa classe média.
Escrito por: Dennis
Tuesday, May 30, 2006
Friday, May 26, 2006
Historia do Hip Hop
Associação de Hip Hop do Vale do Sinos
Informa:
Hip Hop, que em português significa Balançar os quadris, é o conjunto de 5 elementos que em 12 de novembro de 1974 o Dj Afrika Bambaataa batizou com o intuito de resgate através da valorização da cultura.
O Hip Hop é o resultado de um processo de evolução da Cultura Negra. Para entendermos melhor, faremos uma viagem no tempo até a década de 60 na Jamaica, onde Sounds Systems, que eram caminhões repletos de caixas de som, percorriam as ruas de Kingston, capital da Jamaica, proporcionando diversão informação e união entre as comunidades mais carentes.
Os Sounds Systems contavam também com os Toasters, que eram autênticos Mcs, que anunciavam a música que era executada, reivindicavam direitos sociais, raciais, e animavam a platéia.
Nesse período mediante a uma crise política, muitos jovens se vêem na necessidade de emigrar para outros lugares, a fim de ter uma expectativa melhor de vida.
Um desses jovens o Dj Kool Herc foi parar nos guetos norte americanos e junto com ele a cultura dos Sounds Systems, que trouxeram muita cultura, união e auto valorização para os guetos que enfrentavam um grande problema de violência e tráfico gerado pelas gangues que predominavam nas ruas dos EUA.
O Hip Hop vem se demonstrando um fenômeno cultural que saiu dos guetos e hoje se encontra representado em qualquer lugar que se vá.
No Brasil, segundo registros, o Hip Hop chegou na década de 80 através de dança de rua.
A música da cultura Hip Hop é o RAP, que significa Ritmy and Poetry, e em português significa Ritmo e Poesia.
Os elementos da cultura Hip Hop, que segundo a Zulu Nation entidade também fundada por Afrika Bambaataa, são 5: Djs, Mcs, B.Boys, graffiti, e o conhecimento.
*Mc- Sigla que significa Mestre de Cerimônias, é o responsável pelos versos rimados, pelo discurso de revindicação. O Mc recebeu influência direta dos Toasters,do canto dos escravos nas plantações, pelos jogos de palavras rimadas entre outras.
Os principais estilos de rima desenvolvidos pelos mcs são os seguintes: o ingênuo, o politizado, o gangsta, o lírico, o góspel, o freestyle, entre outras variações.
*Dj- Sigla que significa disc-joquei, é o responsável pelo comando dos toca-discos equipamentos utilizados para performances, discotecagens, entre outras funções.
O Dj teve seu papel fundamental no Hip Hop tanto através de Afrika Bambaataa, quanto através de Kool Herc.
Scratch, ruído descoberto em 1977 por acaso, pelo Dj Grand Wizard Theodore, mas foi o Dj Grand Master Flash quem aperfeiçoou e inovou técnicas de scratch como o Back to Back.
*B.Boy- Sigla que significa Breaking Boy, é o responsável pela dança de rua que possui 4 estilos básicos que são: B.Boying, Loking, Poppin, e o Up-Rock.
Criado por negros e hispânicos, a dança de rua foi uma importante ferramenta contra brigas de gangues que começaram a resolver diferenças através de rachas de dança de rua.
*Graffiti- Representa a arte plástica, a arte visual expressa em muros, trens, painéis naturais e suas galerias são as ruas.
Em meio a tantas influências podemos dizer que o graffiti já vem da época do Homem das Cavernas, mas no período onde gangues predominavam era muito utilizado para demarcação de território e reivindicação de direitos.
O Graffiti possui diversos estilos que diferenciam um trabalho de outro, tais como o Tag, o Bomb, o Wild Style, o Trow Up, o 3D Style o freestyle.
*Conhecimento- Segundo a Zulu Nation, entidade fundada por Afrika Bambaataa, é conciderado o 5° elemento, pois indiferente do elemento ou função que o ser humano ira designar na sua vida, o conhecimento é fundamental para a evolução.
Por: Nouse D (Consultoria / AHVS)
Informa:
Hip Hop, que em português significa Balançar os quadris, é o conjunto de 5 elementos que em 12 de novembro de 1974 o Dj Afrika Bambaataa batizou com o intuito de resgate através da valorização da cultura.
O Hip Hop é o resultado de um processo de evolução da Cultura Negra. Para entendermos melhor, faremos uma viagem no tempo até a década de 60 na Jamaica, onde Sounds Systems, que eram caminhões repletos de caixas de som, percorriam as ruas de Kingston, capital da Jamaica, proporcionando diversão informação e união entre as comunidades mais carentes.
Os Sounds Systems contavam também com os Toasters, que eram autênticos Mcs, que anunciavam a música que era executada, reivindicavam direitos sociais, raciais, e animavam a platéia.
Nesse período mediante a uma crise política, muitos jovens se vêem na necessidade de emigrar para outros lugares, a fim de ter uma expectativa melhor de vida.
Um desses jovens o Dj Kool Herc foi parar nos guetos norte americanos e junto com ele a cultura dos Sounds Systems, que trouxeram muita cultura, união e auto valorização para os guetos que enfrentavam um grande problema de violência e tráfico gerado pelas gangues que predominavam nas ruas dos EUA.
O Hip Hop vem se demonstrando um fenômeno cultural que saiu dos guetos e hoje se encontra representado em qualquer lugar que se vá.
No Brasil, segundo registros, o Hip Hop chegou na década de 80 através de dança de rua.
A música da cultura Hip Hop é o RAP, que significa Ritmy and Poetry, e em português significa Ritmo e Poesia.
Os elementos da cultura Hip Hop, que segundo a Zulu Nation entidade também fundada por Afrika Bambaataa, são 5: Djs, Mcs, B.Boys, graffiti, e o conhecimento.
*Mc- Sigla que significa Mestre de Cerimônias, é o responsável pelos versos rimados, pelo discurso de revindicação. O Mc recebeu influência direta dos Toasters,do canto dos escravos nas plantações, pelos jogos de palavras rimadas entre outras.
Os principais estilos de rima desenvolvidos pelos mcs são os seguintes: o ingênuo, o politizado, o gangsta, o lírico, o góspel, o freestyle, entre outras variações.
*Dj- Sigla que significa disc-joquei, é o responsável pelo comando dos toca-discos equipamentos utilizados para performances, discotecagens, entre outras funções.
O Dj teve seu papel fundamental no Hip Hop tanto através de Afrika Bambaataa, quanto através de Kool Herc.
Scratch, ruído descoberto em 1977 por acaso, pelo Dj Grand Wizard Theodore, mas foi o Dj Grand Master Flash quem aperfeiçoou e inovou técnicas de scratch como o Back to Back.
*B.Boy- Sigla que significa Breaking Boy, é o responsável pela dança de rua que possui 4 estilos básicos que são: B.Boying, Loking, Poppin, e o Up-Rock.
Criado por negros e hispânicos, a dança de rua foi uma importante ferramenta contra brigas de gangues que começaram a resolver diferenças através de rachas de dança de rua.
*Graffiti- Representa a arte plástica, a arte visual expressa em muros, trens, painéis naturais e suas galerias são as ruas.
Em meio a tantas influências podemos dizer que o graffiti já vem da época do Homem das Cavernas, mas no período onde gangues predominavam era muito utilizado para demarcação de território e reivindicação de direitos.
O Graffiti possui diversos estilos que diferenciam um trabalho de outro, tais como o Tag, o Bomb, o Wild Style, o Trow Up, o 3D Style o freestyle.
*Conhecimento- Segundo a Zulu Nation, entidade fundada por Afrika Bambaataa, é conciderado o 5° elemento, pois indiferente do elemento ou função que o ser humano ira designar na sua vida, o conhecimento é fundamental para a evolução.
Por: Nouse D (Consultoria / AHVS)
Wednesday, May 24, 2006
Rigotto: a Imagem do Fracasso!
Rigotto: a Imagem do Fracasso!
*Paulo José Schmidt Brachtvogel.
Se acompanharmos pela grande mídia Gaúcha, (RBS e Zero Hora), o desempenho do Governo Rigotto é maravilhoso, não temos problemas com segurança nesse estado, a saúde vai muito bem, o crescimento parece ser o maior dos últimos tempos, o funcionalismo está satisfeito com o tratamento que Rigotto vem dando à classe, Temos uma crise do setor coureiro-calçadista más que é culpa tão somente da china e da taxa de câmbio... Será amigo leitor? Será que duvidam tanto da nossa capacidade de pensar e de raciocinar?
No final de três anos de mandato, Rigotto ainda não fez nenhuma obra importante para esse estado, a segurança é um fracasso, más não pela atuação dos profissionais desse setor, que sofrem com a falta de investimento desse governo e muitas vezes tem que se arriscar sem equipamentos apropriado por que o Estado não dá à ele condições de Trabalho.Em alguns municípios viaturas chegaram a ficar paradas por falta de combustível, em quanto isso, Rigotto e seu secretário José Otávio Germano posam para fotos entregando viaturas para a Brigada Militar e Polícia Civil, o Marketing chega ao ponto que beira o ridículo, um exemplo aconteceu na cidade de Morro Reuter onde a viatura do município ainda não estava pronta, trouxeram outra de um município vizinho só para o “garoto propaganda” (Rigotto), fazer a foto. Tanta propaganda, ainda com chapéu alheio, pois mais da metade dos recursos na compra das viaturas são recursos do Governo Lula, recursos esses que se comparados com os de seu antecessor aumentaram em 60%. (Entre os anos 2003 e 2004 o governo federal mandou para o estado R$ 48,6 milhões).
Na saúde, o “garoto propaganda” já deixou de aplicar R$ 662,77 milhões, e na proposta orçamentária de 2006 são mais R$ 260 milhões, até o final de seu (des) governo o Rio Grande do Sul terá perdido R$ 920 milhões. Com esse valor, poderiam ser construídos 4.380 postos de saúde (desses que Rigotto prometeu construir a cada quilometro, quando candidato), uma média de nove unidades por município do RS. Para essa área inventou um programa que é a cara do seu governo “Município Resolve”...
O funcionalismo é o que mais sofre pela falta de valorização tanto profissional quanto salarial, Em sua gestão, Rigotto privilegia quem já é privilegiado os funcionários do Judiciário, Ministério Público, e TCE obtiveram um reajuste de 40%, enquanto isso, os funcionários do executivo (professores e técnicos) receberam uma proposta de 10% parcelada em três vezes, e o descaso vai além, para receber o décimo terceiro só fazendo empréstimo.
Na economia o desastre é maior, enquanto que todos os outros estados cresceram no Rio Grande do Sul aconteceu o inverso, Crescemos más que nem rabo de cavalo (sempre para baixo). No governo Olívio o Rio Grande do Sul crescia acima da média nacional, Rigotto conseguiu acabar com esse crescimento e de quebra com a competitividade do estado. A política adotada por Rigotto é a inversa de seu antecessor Olívio Dutra, que tinha como prioridade o fortalecimento dos micros, pequenos e médios empreendimentos. Os benefícios fiscais para os grandes grupos econômicos bateram recordes no Governo Rigotto e já alcançaram a cifra de R$ 3,8 Bilhões. Não bastasse Rigotto ainda criou medidas inconseqüentes, aumentou a tarifa do ICMS em 20%, elevando o preço produtos que são essenciais para o dia-dia do povo gaúcho (gasolina, telefone e energia elétrica), ainda, baixou um decreto impedindo o uso dos créditos do ICMS pelo setor exportador, fragilizando nossas empresas do setor coureiro-calçadista que já demitiram mais de 13 mil trabalhadores. A imagem do Fracasso de Rigotto é tão grande, que até seu secretário de desenvolvimento disse em tom de desabafo, “se tivesse um fábrica de calçados iria para o nordeste”. (se o problema do calçado é apenas a China e o câmbio, resolve ir para o nordeste? O dólar lá tem outro valor?).
O sonho dos gaúchos anda para trás... Estamos vendo um governo fracassado, que não mostrou ainda para que veio... A única coisa que causa inveja nesse governo é de sua equipe de marketing, Rigotto sempre é muito fotogênico, não perde uma festa, mas alguém tem que avisa-lo, que ele não é mais deputado Federal - que é como se porta quando aparece um problema no estado, corre para Brasília para Lula resolver-, que foi eleito para governar e não para participar de festas e fazer poses para fotos... Se ninguém quiser acordar o “garoto propagando” do “sonho encantado” em que vive o povo gaúcho vai continuar a ver navios...
*Paulo José Schmidt Brachtvogel.
Se acompanharmos pela grande mídia Gaúcha, (RBS e Zero Hora), o desempenho do Governo Rigotto é maravilhoso, não temos problemas com segurança nesse estado, a saúde vai muito bem, o crescimento parece ser o maior dos últimos tempos, o funcionalismo está satisfeito com o tratamento que Rigotto vem dando à classe, Temos uma crise do setor coureiro-calçadista más que é culpa tão somente da china e da taxa de câmbio... Será amigo leitor? Será que duvidam tanto da nossa capacidade de pensar e de raciocinar?
No final de três anos de mandato, Rigotto ainda não fez nenhuma obra importante para esse estado, a segurança é um fracasso, más não pela atuação dos profissionais desse setor, que sofrem com a falta de investimento desse governo e muitas vezes tem que se arriscar sem equipamentos apropriado por que o Estado não dá à ele condições de Trabalho.Em alguns municípios viaturas chegaram a ficar paradas por falta de combustível, em quanto isso, Rigotto e seu secretário José Otávio Germano posam para fotos entregando viaturas para a Brigada Militar e Polícia Civil, o Marketing chega ao ponto que beira o ridículo, um exemplo aconteceu na cidade de Morro Reuter onde a viatura do município ainda não estava pronta, trouxeram outra de um município vizinho só para o “garoto propaganda” (Rigotto), fazer a foto. Tanta propaganda, ainda com chapéu alheio, pois mais da metade dos recursos na compra das viaturas são recursos do Governo Lula, recursos esses que se comparados com os de seu antecessor aumentaram em 60%. (Entre os anos 2003 e 2004 o governo federal mandou para o estado R$ 48,6 milhões).
Na saúde, o “garoto propaganda” já deixou de aplicar R$ 662,77 milhões, e na proposta orçamentária de 2006 são mais R$ 260 milhões, até o final de seu (des) governo o Rio Grande do Sul terá perdido R$ 920 milhões. Com esse valor, poderiam ser construídos 4.380 postos de saúde (desses que Rigotto prometeu construir a cada quilometro, quando candidato), uma média de nove unidades por município do RS. Para essa área inventou um programa que é a cara do seu governo “Município Resolve”...
O funcionalismo é o que mais sofre pela falta de valorização tanto profissional quanto salarial, Em sua gestão, Rigotto privilegia quem já é privilegiado os funcionários do Judiciário, Ministério Público, e TCE obtiveram um reajuste de 40%, enquanto isso, os funcionários do executivo (professores e técnicos) receberam uma proposta de 10% parcelada em três vezes, e o descaso vai além, para receber o décimo terceiro só fazendo empréstimo.
Na economia o desastre é maior, enquanto que todos os outros estados cresceram no Rio Grande do Sul aconteceu o inverso, Crescemos más que nem rabo de cavalo (sempre para baixo). No governo Olívio o Rio Grande do Sul crescia acima da média nacional, Rigotto conseguiu acabar com esse crescimento e de quebra com a competitividade do estado. A política adotada por Rigotto é a inversa de seu antecessor Olívio Dutra, que tinha como prioridade o fortalecimento dos micros, pequenos e médios empreendimentos. Os benefícios fiscais para os grandes grupos econômicos bateram recordes no Governo Rigotto e já alcançaram a cifra de R$ 3,8 Bilhões. Não bastasse Rigotto ainda criou medidas inconseqüentes, aumentou a tarifa do ICMS em 20%, elevando o preço produtos que são essenciais para o dia-dia do povo gaúcho (gasolina, telefone e energia elétrica), ainda, baixou um decreto impedindo o uso dos créditos do ICMS pelo setor exportador, fragilizando nossas empresas do setor coureiro-calçadista que já demitiram mais de 13 mil trabalhadores. A imagem do Fracasso de Rigotto é tão grande, que até seu secretário de desenvolvimento disse em tom de desabafo, “se tivesse um fábrica de calçados iria para o nordeste”. (se o problema do calçado é apenas a China e o câmbio, resolve ir para o nordeste? O dólar lá tem outro valor?).
O sonho dos gaúchos anda para trás... Estamos vendo um governo fracassado, que não mostrou ainda para que veio... A única coisa que causa inveja nesse governo é de sua equipe de marketing, Rigotto sempre é muito fotogênico, não perde uma festa, mas alguém tem que avisa-lo, que ele não é mais deputado Federal - que é como se porta quando aparece um problema no estado, corre para Brasília para Lula resolver-, que foi eleito para governar e não para participar de festas e fazer poses para fotos... Se ninguém quiser acordar o “garoto propagando” do “sonho encantado” em que vive o povo gaúcho vai continuar a ver navios...
Monday, May 22, 2006
A Participação do Homem Negro no Vietnã
A Participação do Homem Negro no Vietnã
Eldridge Cleaver, em Alma no Exílio
Entre os testes mais críticos enfrentados por Johnson estão a guerra do Vietnã e a revolução negra interna. O fato de que cérebros do Pentágono tenham decidido enviar dezesseis por cento de soldados negros para o Vietnã é uma indicação de que há um relacionamento estrutural entre estas duas áreas de conflito. E a escandalosa rejeição inicial do Legislativo da Geórgia em dar posse ao representante eleito Julian Bond, porque ele denunciara o papel de agressor dos Estados Unidos no Vietnã, mostra, também, a muito íntima relação entre o modo como seres humanos estão sendo tratados no Vietnã e o tratamento que estão recebendo aqui nos Estados Unidos.
Vivemos hoje num sistema que está nas últimas etapas de seu prolongado processo de colapso em escala mundial. Os dirigentes deste sistema têm as mãos muito ocupadas. A injustiça está sendo desafiada em cada esquina e em cada nível. Os governantes sentiram que a grande ameaça são os movimentos de libertação nacional em todo o mundo, e particularmente na Ásia, África e América Latina. Para que possam deflagrar guerras de repressão contra estes movimentos de libertação nacional no exterior, eles precisam ter paz, estabilidade e unanimidade de propósitos internamente. Mas, domesticamente, há um Cavalo de Tróia, um Cavalo de Tróia negro que já despertou para sua condição e agora luta para se levantar. Também ele exige a liberdade.
Qual é o propósito da atenção que os governantes estão agora focalizando sobre o Cavalo de Tróia? Advirá ele de um amor recém-descoberto pelo cavalo, ou será que os governantes necessitam que o cavalo fique quieto, impassivo, e não cause problemas ou embaraços enquanto travam a guerra no Vietnã? Na verdade, os governantes têm necessidade do poder do cavalo nos campos de batalha. O que o homem negro na América deve manter constantemente na lembrança, é que a doutrina da supremacia branca, que é uma parte da ideologia do sistema mundial que a estrutura do poder está tentando preservar, deixa ao homem negro a maior porção de sofrimento e ódio que a supremacia branca serviu de bandeja à população não-branca do mundo durante centenas de anos. O homem branco orientado pela supremacia branca sente menos remorso a respeito do massacre de “crioulos” do que sente em relação ao esmagamento de qualquer outra raça sobre a terra. Este fato histórico incontestável, tomado aos persistentes esforços atuais dos Estados Unidos para cortejar a União Soviética visando a uma aliança contra a China, significa PERIGO para todos os povos do mundo que têm sido vítimas da supremacia branca. Se este namoro for bem sucedido, se os Estados Unidos finalmente forem capazes de fazer par com a Rússia, ou se os Estados Unidos puderem continuar amedrontando a União Soviética para que esta renegue seus compromissos com a solidariedade socialista internacional (que os soviéticos estão sempre apregoando, embora ainda permitindo que os agressores imperialistas continuem a bombardear diariamente a República Democrática do Vietnã do Norte), e se os Estados Unidos forem capazes de lançar sua fúria e poder armado contra o crescente gigante não-branco que é a China (e este é o verdadeiro alvo da política norte-americana no Vietnã e o objetivo da estratégia norte-americana em todo o mundo), caso os Estados Unidos saiam vitoriosos nestas frentes, então será a vez do homem negro novamente encarar o linchador e o incendiário do mundo: e de enfrentá-lo sozinho.
Os americanos negros são muito facilmente iludidos por uns poucos sorrisos e gestos amigos, pela aprovação de umas poucas leis de aparência liberal que são deixadas nos livros, mofando sem serem postas em vigor, e pelos discursos insípidos de um Presidente que é um mestre consumado em tagarelar com os milhares de cantos da sua boca. Tal poesia não garante o futuro seguro da população negra da América. A população negra deve ter uma garantia, deve ter certeza, precisa estar convencida, afastando todas as dúvidas, de que o reinado do terror terminou e que não foi apenas suspenso, e que o futuro de seu povo está garantido. E a única maneira pela qual ela pode assegurá-lo é conquistando a unidade e a comunicação organizada com seus irmãos e aliados em todo o mundo, em bases internacionais. Ela precisa ter este poder. Não existe outra maneira. Qualquer outra coisa é a traição ao futuro de seu povo. O que está envolvido aqui, o que está sendo decidido neste exato momento, é a forma do poder no mundo de amanhã.
O problema racial americano não pode mais ser discutido ou resolvido separadamente. O relacionamento entre o genocídio no Vietnã e a atitude do homem branco em relação aos americanos negros é um relacionamento direto. Tão logo o homem branco resolva seu problema no Oriente, imediatamente voltará de novo sua fúria contra o povo negro da América, seu antigo saco de pancada. A população negra tem sido enganada repetidas vezes, vendida a cada instante pelos falsos líderes. Após a Guerra Civil, a América passou por um período similar ao que estamos vivendo agora. O problema dos negros recebeu ampla atenção. Todos sabiam que o homem negro tivera a justiça negada. Ninguém duvidava de que era tempo para mudanças e que o homem negro devia ser feito um cidadão de primeira classe. Mas a Reconstrução acabou. Os negros que foram elevados a altas posições foram bruscamente chutados para as ruas e aglomerados como gado juntamente com as massas de negros nos guetos e cinturões negros. O linchador e o incendiário receberam licença para matar negros à vontade. Os americanos brancos encontraram um novo nível para o qual expulsaram os negros. E com o auxílio de instrumentos tais como Booker T. Washington, a doutrina da segregação foi pregada firmemente nas costas dos negros. Foram necessários cem anos para avançar com dificuldade daquele nível de esfriamento para a miserável posição que os americanos negros ora ocupam. O tempo está passando. A oportunidade histórica que os acontecimentos mundiais agora apresentam aos americanos negros está se escoando a cada tique-taque do relógio.
Este é o último ato do show. Estamos vivendo numa época em que povos do mundo fazem a tentativa final em direção à liberdade plena e completa. Nunca antes esta condição prevaleceu na História. Antes, existiram sempre redutos mais ou menos articulados e conscientes, porções de classes, etc., mas a época atual é de consciência de massas, quando o mais insignificante homem na rua está em rebelião contra o sistema que lhe negou a vida e que, como ele já compreendeu, é a força que lhe retira a dignidade e o auto-respeito. Contudo, ele está sendo informado de que levará tempo para que se dê início aos programas, para aprovar a legislação, para educar a população branca e aceitar a idéia de que a população negra deseja e merece liberdade. Mas é fisicamente impossível avançar tão rápido quanto o homem negro gostaria. Os homens negros são extremamente sérios quando dizem LIBERDADE AGORA. Mesmo que o homem branco quisesse apagar de vez todos os traços do mal na calada da noite, não seria capaz de fazê-lo porque o sistema econômico e político não o permitirá. Toda a conversa a respeito de ir muito rápido é traiçoeira para o futuro do homem negro.
O que o homem branco deve ser levado a compreender é que o homem negro na América de hoje está totalmente ciente de sua posição e não pretende ser ludibriado novamente com mais cem anos de privação de liberdade. Nem por único momento ou por qualquer preço o homem negro atualmente em rebelião na América estará disposto a concordar com qualquer coisa que não seja a sua completa participação proporcional na soberania da América. O homem negro já chegou à compreensão de que, para ser livre, é necessário lançar sua vida – tudo enfim – na batalha, porque os opressores se recusam a compreender que, agora, lhes é impossível aparecer com outra trama para esmagar a revolução negra. O negro não pode se permitir uma nova tentativa. Não pode se permitir cruzar os braços. Precisa pôr fim a todo o show AGORA e assumir firmemente o controle de suas questões, porque, se não o fizer neste momento, se não conseguir agarrar fortemente as rédeas desta oportunidade histórica, talvez não haja amanhã para ele.
O interesse do homem negro está em ser um Vietnã independente e livre, um Vietnã forte que não seja o fantoche da supremacia branca internacional. Se as nações da Ásia, África e América Latina forem fortes e livres, o homem negro na América estará seguro e livre para viver com dignidade e auto-respeito. É um fato cristalino que enquanto as nações da África, Ásia e América Latina eram algemadas pela servidão colonial, o negro americano era mantido firmemente no torno da opressão e impedido de soltar um gemido de protesto de qualquer efeito. Mas quando estas nações começaram a lutar pela sua liberdade, foi então que os americanos negros fora capazes de aproveitar sua chance; foi, então, que o homem branco dispôs-se a pequenas concessões – forçado pela pura necessidade. A única salvação duradoura para o americano negro é fazer todo o possível no sentido de que as nações africanas, asiáticas e latino-americanas venham a ser livres e independentes.
A este respeito, os negros americanos têm um importante papel a desempenhar. Constituem um Cavalo de Tróia negro dentro da América branca e representam uma parcela de mais de vinte e três milhões de homens. É uma grande força. Mas também serão muito fracos se estiverem se estiverem desorganizados e divididos por disputas internas. Neste momento, está deploravelmente desorganizado; a necessidade urgente, pois, é de união e organização. A unidade está nos lábios dos negros. Hoje estamos à beira de mudanças radicais nesta paisagem miserável de quase mil pequenos grupos e organizações fragmentadas e ineficientes, incapazes de trabalhar juntas por uma causa comum. A necessidade de uma organização que dê uma voz ao interesse comum do homem negro é sentida em cada osso e músculo da América negra.
Ontem, após repudiar firmemente o racismo negro e romper seus laços com a organização dos muçulmanos negros, o falecido Malcolm X lançou uma campanha para transformar a luta do homem negro americano, de um tímido apelo em prol dos “direitos civis”, numa exigência universal pelos direitos humanos, com o supremo objetivo de pôr à prova o Governo dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Isto e a idéia da Organização da Unidade Afro-americana foram o legado de Malcolm ao seu povo. E a idéia não caiu em terra árida. Já os líderes negros americanos reuniram-se com os embaixadores da África negra durante um almoço na sede das Nações Unidas. A ninguém escapou o significado deste momentoso acontecimento. O fato de terem sido o caso de Julian Bond, sua denúncia de agressão norte-americana no Vietnã e a ação de elementos racistas no legislativo da Geórgia que reuniram os líderes da América e da África negra, é profético de um reconhecimento ainda mais claro, pelos homens negros, de que seus interesses também estão ameaçados pela guerra de repressão norte-americana no Vietnã. Esta harmonização de causas e questões está destinada a dar consecução a outro sonho que o assassinato de Malcolm impediu-lhe de realizar – a Organização da Unidade Afro-americana, ou talvez uma organização similar sob nome diferente. Os americanos negros sabem, agora, que precisam se organizar para alcançar o poder de mudar as políticas externa e interna do governo norte-americano. Precisam fazer com que suas vozes sejam ouvidas a respeito destas questões. Precisam fazer com que o mundo saiba de que lado estão.
Não é por casualidade que o governo norte-americano está enviando aqueles soldados negros para o Vietnã. Algumas pessoas pensam que o objetivo da América, ao enviar dezesseis por cento de soldados negros para o Vietnã, é destruir a nata da juventude negra. Mas há um outro resultado importante. Transformando seus soldados negros em carniceiros do povo vietnamita, a América está propagando o ódio contra a raça negra em toda a Ásia. Mesmo os africanos negros acham difícil não odiar os americanos negros, por serem estes tão estúpidos que se deixam manipular para matar outro povo que luta pela liberdade. Os americanos negros são considerados os maiores tolos do mundo por irem para outro país lutar por algo que eles próprios não têm.
Os racistas brancos ficam perturbados com o fato de que povos do mundo inteiro gostam dos americanos negros, mas acha impossível dedicar semelhante afeição calorosa aos americanos brancos. O racista branco sabe que ele é o Americano Mau e quer que o americano negro seja também Mau aos olhos do mundo: a miséria gosta de companhia! Quando pessoas em todo o mundo gritam: “Yankee, Go Home”, visam o homem branco e não o homem negro, que é um escravo recém-libertado. O homem branco está tentando deliberadamente tentando fazer os povos do mundo se virarem contra os americanos negros, porque sabe que se aproxima o dia em que os americanos negros necessitarão da ajuda e do apoio de seus irmãos, amigos e aliados naturais espalhados por todo o mundo. Se através da estupidez, ou seguindo líderes escolhidos a dedo, que são agentes servis da estrutura do poder, os americanos negros permitirem o êxito desta estratégia contra eles, então, quando a hora chegar e precisarem de ajuda, este auxílio e apoio do mundo não existirá. Todo o amor, respeito e boa-vontade internacional de que os americanos negros atualmente gozam no mundo inteiro terão desaparecido. Eles mesmos terão soterrado tudo isso na lama dos arrozais e pântanos do Vietnã.
Eldridge Cleaver, em Alma no Exílio
Entre os testes mais críticos enfrentados por Johnson estão a guerra do Vietnã e a revolução negra interna. O fato de que cérebros do Pentágono tenham decidido enviar dezesseis por cento de soldados negros para o Vietnã é uma indicação de que há um relacionamento estrutural entre estas duas áreas de conflito. E a escandalosa rejeição inicial do Legislativo da Geórgia em dar posse ao representante eleito Julian Bond, porque ele denunciara o papel de agressor dos Estados Unidos no Vietnã, mostra, também, a muito íntima relação entre o modo como seres humanos estão sendo tratados no Vietnã e o tratamento que estão recebendo aqui nos Estados Unidos.
Vivemos hoje num sistema que está nas últimas etapas de seu prolongado processo de colapso em escala mundial. Os dirigentes deste sistema têm as mãos muito ocupadas. A injustiça está sendo desafiada em cada esquina e em cada nível. Os governantes sentiram que a grande ameaça são os movimentos de libertação nacional em todo o mundo, e particularmente na Ásia, África e América Latina. Para que possam deflagrar guerras de repressão contra estes movimentos de libertação nacional no exterior, eles precisam ter paz, estabilidade e unanimidade de propósitos internamente. Mas, domesticamente, há um Cavalo de Tróia, um Cavalo de Tróia negro que já despertou para sua condição e agora luta para se levantar. Também ele exige a liberdade.
Qual é o propósito da atenção que os governantes estão agora focalizando sobre o Cavalo de Tróia? Advirá ele de um amor recém-descoberto pelo cavalo, ou será que os governantes necessitam que o cavalo fique quieto, impassivo, e não cause problemas ou embaraços enquanto travam a guerra no Vietnã? Na verdade, os governantes têm necessidade do poder do cavalo nos campos de batalha. O que o homem negro na América deve manter constantemente na lembrança, é que a doutrina da supremacia branca, que é uma parte da ideologia do sistema mundial que a estrutura do poder está tentando preservar, deixa ao homem negro a maior porção de sofrimento e ódio que a supremacia branca serviu de bandeja à população não-branca do mundo durante centenas de anos. O homem branco orientado pela supremacia branca sente menos remorso a respeito do massacre de “crioulos” do que sente em relação ao esmagamento de qualquer outra raça sobre a terra. Este fato histórico incontestável, tomado aos persistentes esforços atuais dos Estados Unidos para cortejar a União Soviética visando a uma aliança contra a China, significa PERIGO para todos os povos do mundo que têm sido vítimas da supremacia branca. Se este namoro for bem sucedido, se os Estados Unidos finalmente forem capazes de fazer par com a Rússia, ou se os Estados Unidos puderem continuar amedrontando a União Soviética para que esta renegue seus compromissos com a solidariedade socialista internacional (que os soviéticos estão sempre apregoando, embora ainda permitindo que os agressores imperialistas continuem a bombardear diariamente a República Democrática do Vietnã do Norte), e se os Estados Unidos forem capazes de lançar sua fúria e poder armado contra o crescente gigante não-branco que é a China (e este é o verdadeiro alvo da política norte-americana no Vietnã e o objetivo da estratégia norte-americana em todo o mundo), caso os Estados Unidos saiam vitoriosos nestas frentes, então será a vez do homem negro novamente encarar o linchador e o incendiário do mundo: e de enfrentá-lo sozinho.
Os americanos negros são muito facilmente iludidos por uns poucos sorrisos e gestos amigos, pela aprovação de umas poucas leis de aparência liberal que são deixadas nos livros, mofando sem serem postas em vigor, e pelos discursos insípidos de um Presidente que é um mestre consumado em tagarelar com os milhares de cantos da sua boca. Tal poesia não garante o futuro seguro da população negra da América. A população negra deve ter uma garantia, deve ter certeza, precisa estar convencida, afastando todas as dúvidas, de que o reinado do terror terminou e que não foi apenas suspenso, e que o futuro de seu povo está garantido. E a única maneira pela qual ela pode assegurá-lo é conquistando a unidade e a comunicação organizada com seus irmãos e aliados em todo o mundo, em bases internacionais. Ela precisa ter este poder. Não existe outra maneira. Qualquer outra coisa é a traição ao futuro de seu povo. O que está envolvido aqui, o que está sendo decidido neste exato momento, é a forma do poder no mundo de amanhã.
O problema racial americano não pode mais ser discutido ou resolvido separadamente. O relacionamento entre o genocídio no Vietnã e a atitude do homem branco em relação aos americanos negros é um relacionamento direto. Tão logo o homem branco resolva seu problema no Oriente, imediatamente voltará de novo sua fúria contra o povo negro da América, seu antigo saco de pancada. A população negra tem sido enganada repetidas vezes, vendida a cada instante pelos falsos líderes. Após a Guerra Civil, a América passou por um período similar ao que estamos vivendo agora. O problema dos negros recebeu ampla atenção. Todos sabiam que o homem negro tivera a justiça negada. Ninguém duvidava de que era tempo para mudanças e que o homem negro devia ser feito um cidadão de primeira classe. Mas a Reconstrução acabou. Os negros que foram elevados a altas posições foram bruscamente chutados para as ruas e aglomerados como gado juntamente com as massas de negros nos guetos e cinturões negros. O linchador e o incendiário receberam licença para matar negros à vontade. Os americanos brancos encontraram um novo nível para o qual expulsaram os negros. E com o auxílio de instrumentos tais como Booker T. Washington, a doutrina da segregação foi pregada firmemente nas costas dos negros. Foram necessários cem anos para avançar com dificuldade daquele nível de esfriamento para a miserável posição que os americanos negros ora ocupam. O tempo está passando. A oportunidade histórica que os acontecimentos mundiais agora apresentam aos americanos negros está se escoando a cada tique-taque do relógio.
Este é o último ato do show. Estamos vivendo numa época em que povos do mundo fazem a tentativa final em direção à liberdade plena e completa. Nunca antes esta condição prevaleceu na História. Antes, existiram sempre redutos mais ou menos articulados e conscientes, porções de classes, etc., mas a época atual é de consciência de massas, quando o mais insignificante homem na rua está em rebelião contra o sistema que lhe negou a vida e que, como ele já compreendeu, é a força que lhe retira a dignidade e o auto-respeito. Contudo, ele está sendo informado de que levará tempo para que se dê início aos programas, para aprovar a legislação, para educar a população branca e aceitar a idéia de que a população negra deseja e merece liberdade. Mas é fisicamente impossível avançar tão rápido quanto o homem negro gostaria. Os homens negros são extremamente sérios quando dizem LIBERDADE AGORA. Mesmo que o homem branco quisesse apagar de vez todos os traços do mal na calada da noite, não seria capaz de fazê-lo porque o sistema econômico e político não o permitirá. Toda a conversa a respeito de ir muito rápido é traiçoeira para o futuro do homem negro.
O que o homem branco deve ser levado a compreender é que o homem negro na América de hoje está totalmente ciente de sua posição e não pretende ser ludibriado novamente com mais cem anos de privação de liberdade. Nem por único momento ou por qualquer preço o homem negro atualmente em rebelião na América estará disposto a concordar com qualquer coisa que não seja a sua completa participação proporcional na soberania da América. O homem negro já chegou à compreensão de que, para ser livre, é necessário lançar sua vida – tudo enfim – na batalha, porque os opressores se recusam a compreender que, agora, lhes é impossível aparecer com outra trama para esmagar a revolução negra. O negro não pode se permitir uma nova tentativa. Não pode se permitir cruzar os braços. Precisa pôr fim a todo o show AGORA e assumir firmemente o controle de suas questões, porque, se não o fizer neste momento, se não conseguir agarrar fortemente as rédeas desta oportunidade histórica, talvez não haja amanhã para ele.
O interesse do homem negro está em ser um Vietnã independente e livre, um Vietnã forte que não seja o fantoche da supremacia branca internacional. Se as nações da Ásia, África e América Latina forem fortes e livres, o homem negro na América estará seguro e livre para viver com dignidade e auto-respeito. É um fato cristalino que enquanto as nações da África, Ásia e América Latina eram algemadas pela servidão colonial, o negro americano era mantido firmemente no torno da opressão e impedido de soltar um gemido de protesto de qualquer efeito. Mas quando estas nações começaram a lutar pela sua liberdade, foi então que os americanos negros fora capazes de aproveitar sua chance; foi, então, que o homem branco dispôs-se a pequenas concessões – forçado pela pura necessidade. A única salvação duradoura para o americano negro é fazer todo o possível no sentido de que as nações africanas, asiáticas e latino-americanas venham a ser livres e independentes.
A este respeito, os negros americanos têm um importante papel a desempenhar. Constituem um Cavalo de Tróia negro dentro da América branca e representam uma parcela de mais de vinte e três milhões de homens. É uma grande força. Mas também serão muito fracos se estiverem se estiverem desorganizados e divididos por disputas internas. Neste momento, está deploravelmente desorganizado; a necessidade urgente, pois, é de união e organização. A unidade está nos lábios dos negros. Hoje estamos à beira de mudanças radicais nesta paisagem miserável de quase mil pequenos grupos e organizações fragmentadas e ineficientes, incapazes de trabalhar juntas por uma causa comum. A necessidade de uma organização que dê uma voz ao interesse comum do homem negro é sentida em cada osso e músculo da América negra.
Ontem, após repudiar firmemente o racismo negro e romper seus laços com a organização dos muçulmanos negros, o falecido Malcolm X lançou uma campanha para transformar a luta do homem negro americano, de um tímido apelo em prol dos “direitos civis”, numa exigência universal pelos direitos humanos, com o supremo objetivo de pôr à prova o Governo dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Isto e a idéia da Organização da Unidade Afro-americana foram o legado de Malcolm ao seu povo. E a idéia não caiu em terra árida. Já os líderes negros americanos reuniram-se com os embaixadores da África negra durante um almoço na sede das Nações Unidas. A ninguém escapou o significado deste momentoso acontecimento. O fato de terem sido o caso de Julian Bond, sua denúncia de agressão norte-americana no Vietnã e a ação de elementos racistas no legislativo da Geórgia que reuniram os líderes da América e da África negra, é profético de um reconhecimento ainda mais claro, pelos homens negros, de que seus interesses também estão ameaçados pela guerra de repressão norte-americana no Vietnã. Esta harmonização de causas e questões está destinada a dar consecução a outro sonho que o assassinato de Malcolm impediu-lhe de realizar – a Organização da Unidade Afro-americana, ou talvez uma organização similar sob nome diferente. Os americanos negros sabem, agora, que precisam se organizar para alcançar o poder de mudar as políticas externa e interna do governo norte-americano. Precisam fazer com que suas vozes sejam ouvidas a respeito destas questões. Precisam fazer com que o mundo saiba de que lado estão.
Não é por casualidade que o governo norte-americano está enviando aqueles soldados negros para o Vietnã. Algumas pessoas pensam que o objetivo da América, ao enviar dezesseis por cento de soldados negros para o Vietnã, é destruir a nata da juventude negra. Mas há um outro resultado importante. Transformando seus soldados negros em carniceiros do povo vietnamita, a América está propagando o ódio contra a raça negra em toda a Ásia. Mesmo os africanos negros acham difícil não odiar os americanos negros, por serem estes tão estúpidos que se deixam manipular para matar outro povo que luta pela liberdade. Os americanos negros são considerados os maiores tolos do mundo por irem para outro país lutar por algo que eles próprios não têm.
Os racistas brancos ficam perturbados com o fato de que povos do mundo inteiro gostam dos americanos negros, mas acha impossível dedicar semelhante afeição calorosa aos americanos brancos. O racista branco sabe que ele é o Americano Mau e quer que o americano negro seja também Mau aos olhos do mundo: a miséria gosta de companhia! Quando pessoas em todo o mundo gritam: “Yankee, Go Home”, visam o homem branco e não o homem negro, que é um escravo recém-libertado. O homem branco está tentando deliberadamente tentando fazer os povos do mundo se virarem contra os americanos negros, porque sabe que se aproxima o dia em que os americanos negros necessitarão da ajuda e do apoio de seus irmãos, amigos e aliados naturais espalhados por todo o mundo. Se através da estupidez, ou seguindo líderes escolhidos a dedo, que são agentes servis da estrutura do poder, os americanos negros permitirem o êxito desta estratégia contra eles, então, quando a hora chegar e precisarem de ajuda, este auxílio e apoio do mundo não existirá. Todo o amor, respeito e boa-vontade internacional de que os americanos negros atualmente gozam no mundo inteiro terão desaparecido. Eles mesmos terão soterrado tudo isso na lama dos arrozais e pântanos do Vietnã.
Friday, May 19, 2006
O Barril de polvora explodiu!
Nestes dias de pavor e tensão que São Paulo e algumas partes do Brasil vem sofrendo com o crime organizado é um afronto e uma resposta á sociedade dominante,que ao longo dos anos não deu maiores atenções, simplesmente criou uma barreira entre as realidades.Tivemos nestas ultimas semanas diversos crimes,ataques a delegacias, queima de onibus ,diversos homicidios,ataques a postos de bombeiros e a casa de policiais(que este muitas vezes foram coniventes com o crime).Hoje o barrio de polvora explodiu,nós os loucos do rap a muito tempo já avisavamos que iria acabar nesta barbárie,lembro uma vez numa entrevista que li do MV BILL que ele disse:que enquanto a violência estivesse nos morros,nas perifeiras nas favelas, não era preocupação para sociedade principalmente a dominante,era um puro e simples problema das comunidades carentes.Só que a mais de 500 anos vemos e vivemos as barbaries plantadas pelo sistema capitalista e dominantes,que no seu intimo a custa de qualquer preço ignoram ideias,posturas,raças e classe social,então vejo que no meu ponto de vista não precisava acabar assim.Mais ao mesmo tempo este sistema criado pela classe burguesa hoje colhe os frutos da arvore que plantaram em 1500,posso ate me arriscar a dar algums exemplo bem nitidos. Lendo alguns livros, me recordo dos acordos feitos na escravidão,dizendo que iriam libertar os escravos, que na sua maioria eram negros, com promessas de liberdade,que nos bastidores já tinha um pré-acordo com a classe dominante.Também posso dizer sobre a lei do boi de 1850 que não dava acesso a terra para ex escravos negros.Depois passamos por diversos golpes politicos,que vai da má distribuição de renda ao simples acesso a educação."O Crime que antes era crime hoje é organizado"então temos que cuidar dessse fator que,se não investirmos pesado na educação que faça um recorte historico da realidade brasileira não poderemos avançar.Tenho certeza que não há mais tempo de brincar,os governantes tem que se sensibilizar que,se quizermos conbater o crime,temos que buscar uma alternativa educacional para homems,mulheres, e principalmentes as crianças,adolescentes,jovens que são o futuro e o presente da nação. Minha opinião:É este recorte educacional começa numa medida que,fiscalize o maior poder de distruição em massa,a televisão,que visa apenas alcançar o lucro mercatologico,falo expecificamente da Rede Globo de televisão,que nos horarios nobres coloca novela como uma realidade europeia num alto poder de consumismo,importa para realidade brasileira um padrão expremamente capitalista,mesmo que com isso tenhamos que super-lotar cadeias,e transformar os jovens em aviaozinhos do trafico.Por isso e pela falta de politicas publicas e de ações afirmativas,que o barrio de polvora explodiu.Ai governador de São Paulo dai ah solução.(Ass:Tamborero,AHVS associação de hip hop do vale do sinos,grupo de rap Preconceito Zero).
Monday, May 15, 2006
Satisfação
Po é a maior satisfação pra mim poder hoje em dia ver o crescimento abundante de nossa cultura no país,e no mundo.
Bom comecei no Hip Hop na época que,não se falava na escola em Hip Hop,muito menos nos meios de comunicação dominantes(rede globo,Rbs...) em Hip Hop,só era uma cultura de marginais,de drogados e um bando de anonimos que não sabiam o que queriam. Eramos considerados assim pela sociedade moderna,que de tão moderna carrega o conservadorismo,preconceito,ignorância,machismo na veia desta sociedade.
Bom ai percebiamos durante o processo de afirmação da cultura que tinhamos que mostrar porque o Hip Hop aqui chegou e o que queria transmitir.Enfrentamos barreiras diversas na construção não só uma alternativa cultura,mais sim de um movimento socio cultural de transformações sociais que deu voz,vez pras comunidades carentes de todo o mundo.Então percebemos o quanto é indispensável nossa participação na sociedade moderna e contemporânea,ja que em pleno seculo 21 trazemos uma crise de indentidade junto de nós. A coisa mais loca dentro do Hip Hop é poder no dia a dia buscar alternativas para deixar viva esta cultura, que serve como ferramenta de trabalho e transformações nas periferias.Segundo meus pensamentos " acredito que vivemos uma constante evolução momentanea e não de transformações".Porque tenho uma visão que enquanto não tivermos um nortiador comum,não chegaremos em lugar algum.Quero poder junto com o coletivo deixar minha contribuição para estas pessoas que acreditam num mundo mais justo e igualitário. Ass:Tamborero...AHVS(Associação Hip Hop Vale do Sinos)
Bom comecei no Hip Hop na época que,não se falava na escola em Hip Hop,muito menos nos meios de comunicação dominantes(rede globo,Rbs...) em Hip Hop,só era uma cultura de marginais,de drogados e um bando de anonimos que não sabiam o que queriam. Eramos considerados assim pela sociedade moderna,que de tão moderna carrega o conservadorismo,preconceito,ignorância,machismo na veia desta sociedade.
Bom ai percebiamos durante o processo de afirmação da cultura que tinhamos que mostrar porque o Hip Hop aqui chegou e o que queria transmitir.Enfrentamos barreiras diversas na construção não só uma alternativa cultura,mais sim de um movimento socio cultural de transformações sociais que deu voz,vez pras comunidades carentes de todo o mundo.Então percebemos o quanto é indispensável nossa participação na sociedade moderna e contemporânea,ja que em pleno seculo 21 trazemos uma crise de indentidade junto de nós. A coisa mais loca dentro do Hip Hop é poder no dia a dia buscar alternativas para deixar viva esta cultura, que serve como ferramenta de trabalho e transformações nas periferias.Segundo meus pensamentos " acredito que vivemos uma constante evolução momentanea e não de transformações".Porque tenho uma visão que enquanto não tivermos um nortiador comum,não chegaremos em lugar algum.Quero poder junto com o coletivo deixar minha contribuição para estas pessoas que acreditam num mundo mais justo e igualitário. Ass:Tamborero...AHVS(Associação Hip Hop Vale do Sinos)
Monday, April 17, 2006
1° Conferencia da Igualdade Racial
1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL (CONAPIR)
O dia 30 de junho de 2005 ficará para sempre marcado na história da luta pela igualdade racial no Brasil, enfatizando o início da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
Após o credenciamento dos delegados, convidados e imprensa, deu-se início ao ato de abertura, da 1ª Conferência Nacional da Igualdade Racial (CONAPIR), inicializou-se ás 15 horas e 30minutos, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília – DF.
Várias organizações de todo mundo estão presentes, delegações vindas de todos os cantos do país, provam a organização e a legitimidade da SEPPIR, realizados em todos estados da Federação.
A poetisa e cantora Eliza Lucinda e o ator Cosme dos Santos, foram os apresentadores da Conferência. A abertura aconteceu, com todos cantando o Hino Nacional juntamente com o Coral Meninos da Angola, vindos da Angola e composto por meninos e meninas com deficiências visuais. Logo após, a ilustre atriz negra Ruti Souza, deu sua contribuição ao grandioso evento, saudando as ações afirmativas e todas iniciativas vindas em prol de um bem comum de igualdade das raças. Estiveram presentes ao palco a Velha Guarda da Portela e apresentações de diversas culturas nacionais e internacionais, como o grupo indígena de danças Meninos Guarani, grupo cigano Dança Calor e Magia Cigana, dupla Israelense com o Hino de Ouro de Jerusalém, presenças baianas com o Hino Nacional da África do Sul, Grupo de danças Palestina do RGS e Grupo Marabaixo do Amapá.Logo após vieram as grandes vozes da CONAPIR, contribuindo com a afirmação e intensidade do evento. Leci Brandão, iniciou lembrando que é a primeira vez que um governo cria uma Secretaria voltada para as questões Raciais e que esta ação é resultado da luta do movimento negro.Após, o pronunciamento da Ministra Matilde Ribeiro reafirmou ainda mais a importância desta causa, destacando os resultados já obtidos com quilombos, programas estudantil, programa de saúde e trabalO Encerramento da abertura aconteceu com o pronunciamento do Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, reafirmando a presença e a importância desta secretaria, com status de ministério, e mostrando total empenho nas lutas raciais do país. No segundo dia, aconteceu um Painel Simultâneo de atividades, onde foram trabalhados e tratados várias lutas importantes e históricas, várias demandas feitas nos encontros preparatórios que ocorreram em todo o país.
No período noturno, no centro de convenções,aconteceu um encontro do movimento Hip-hop com lideranças de todas as partes do país. Nesta ocasião, foi mostrada uma grande conquista na comunicação televisiva: a TV DA GENTE, de propriedade do empresário e apresentador Netinho de Paula.Além da presença do próprio, também estavam representando este projeto o rapper Mano Brown e Ice Blue do grupo Racionais Mc´s. Nossa equipe expôs o projeto que é desenvolvido na TVE, através do programa Hip-Hop Sul.
No dia seguinte, após a avaliação de toda a atividade e da entrevista da ministra Matilde Ribeiro, que de forma descontraída fez uma avaliação geral deste grande acontecimento, houve uma grande festa de encerramento, com vários shows e performances, fechando com chave de ouro este histórico e inesquecível acontecimento, que esperamos Ter sido o primeiro de vários outros que cada vez mais irão sedimentar o caminho do respeito e da igualdade entre todas as etnias. Verifique abaixo as fotos da conferência:
Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local da realização da confrência.
Presidente Luis Inácio Lula da Silva, assistindo a abertura da Conferência Foto: Jader Nicolau Jr
Eliza Lucinda e Cosmes dos Santos, abrindo a conferência como apresentadores da mesma Foto: Jader Nicolau Jr
Coral Meninos da Angola, cantando o Hino Nacional do Brasil Foto: Jader Nicolau Jr
Participantes da Conferência Foto: Jader Nicolau Jr
Representantes e praticantes das religiões Africanas no Brasil Foto: Jader Nicolau Jr
Presidente Luis Inácio Lula da Silva e a Ministra Matilde Ribeiro Foto: Jader Nicolau Jr
Ministra Matilde Ribeiro da SEPPIR, durante seu discurso das afirmações raciais Foto: Jader Nicolau Jr
Presidente Lula e Ministra Matilde Ribeiro. Foto: Jader Nicolau Jr
Confira abaixo diversos momentos importantes da Conferência:
Conheça mais sobre a convenção e causas negras acessando os sites abaixo:
SEPPIR (Sec. Esp. Pol. Prom. da Igualdade Racial)
AFROPRESS - Agência Afro-Étnica de Notícias .
PORTAL AFRO
ONG FONTE - A Revista Digital da Comunidade Negra
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Capaz que não me fiz presente,viagei 40 horas para chegar na confêrencia e foi marcante pra mim ver varias lideranças dos movimentos sociais que lutam contra o racismo neste país.E lá está eu atras da bandeira do RS.
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